Petroleiros farão ato contra entrega do pré-sal às multinacionais 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) realiza nesta segunda-feira (3), às 17 horas, na Câmara dos Deputados, um ato público em repúdio ao projeto de lei que retira da Petrobras o direito de participação mínima em 30% das jazidas do pré-sal e acaba com a posição privilegiada da estatal como operadora única dos campos de petróleo. 

Petroleiros farão ato contra entrega do pré-sal às multinacionais - FUP

O projeto é de autoria do senador licenciado e atual ministro das Relações Exteriores do governo ilegítimo de Michel Temer, José Serra (PSDB), e está pronto para ser votado no plenário da Casa. O ato conta com apoio dos partidos de oposição e também de movimentos sociais e de centrais sindicais.

Em entrevista à Rádio PT o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel disse que a pressa do governo golpista de Michel Temer para entregar o controle do pré-sal “atende unicamente aos interesses das grandes companhias multinacionais do petróleo”.

“A partir da década de 1970, a geopolítica da exploração do petróleo mudou. As empresas controladas pelos Estados passaram a ter preponderância tanto na questão da reserva de barris quanto na produção. Segundo consultorias especializadas, em 2030 esses países controlarão até 85% das reservas mundiais. Ou seja, iria sobrar algo como 15% para as multinacionais. Elas acham isso pouco, e estão saindo mundo afora tentando achar governos entreguistas como o de Temer para aumentar suas reservas”, explicou.

Resistência

Apesar dos interesses poderosos que patrocinam a proposta de entrega do pré-sal, o dirigente da FUP conclama todos os brasileiros a resistirem a mais essa ameaça de retrocesso.

“Temos que resistir até o último momento. O pré-sal não interessa apenas aos petroleiros, mas a todos os brasileiros. Ele pode render ainda muitos recursos para a saúde e a educação, além de gerar milhares de empregos, porque na lei de partilha está inclusa a questão do uso de tecnologia nacional (na exploração do pré-sal) ”, observou.

A lei dos royalties do Petróleo, sancionada pela então presidenta da República eleita Dilma Rousseff, destina 75% dos royalties e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação. O documento determina ainda que 25% dos royalties devem ser usados para a área da saúde.