Sociedade rejeita reforma do ensino médio em enquete do Senado 

Em enquete realizada pelo Senado, por meio da plataforma online e-Cidadania, a população brasileira rejeita a reforma do ensino médico proposta na Medida Provisória (MVP) apresentada pelo presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB). A principal reclamação dos especialistas é a falta de debate sobre o assunto com a sociedade. Nesta terça-feira (27), mais de 45 mil pessoas – esta matéria já tinham se posicionado contra a medida, que é apoiada por pouco mais de dois mil internautas. 

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“Essa reforma está sendo literalmente imposta sem nenhum diálogo. É uma coisa sem precedentes na história democrática brasileira. Não tem nada de novo, é um retrocesso até os anos 1940”, afirma o coordenador educacional Dante Moura, do Fórum Nacional de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), e professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte.

Segundo o professor Moura, existe a necessidade de barrar nas ruas este projeto. “Nossa correlação de forças no Congresso é extremamente desfavorável. Os golpistas estão lá. Para que eles possam ao menos refletir sobre a matéria é necessário que cheguemos às ruas e que pressionemos para que isso não ocorra. Temos que resistir a este processo com mobilizações em nível nacional. Precisamos chegar nas escolas estaduais e federais de ensino médio e ali, juntamente com professores e estudantes, ocuparmos as ruas em perspectiva de resistência”, afirmou.

Para o professor, não surpreende a natureza da ação, sem passar pelo debate democrático. “Não é surpreendente vindo de um governo que se apresenta nessas condições, que chegou ao poder por um meio golpista. Não é de se esperar algo diferente”, argumenta.

Sobre o conteúdo da MP, Moura vê sérios problemas: “Primeiro, acabar com o conceito de educação básica. O segundo é acabar com a ideia de ensino médio integrado com a perspectiva de formação humana integral, que é um caminho que vem sendo trilhado a duras penas a partir dos anos 2000. Na medida em que essa especialização só ocorre a partir do terceiro ano, você mata a ideia desta educação integral integrada”.

“O conteúdo em si é extremamente preocupante. Ele esfacela conceitos estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O projeto ignora a educação como direito de todos, universal. Quando você fragmenta e esfacela o ensino médio, permanecendo com apenas dois anos de base comum, isso é carregado de problemas”, completou.