Neleu Alves, comunista imprescindível

Operário metalúrgico da Brasilata, ingressou no Partido Comunista do Brasil no início da década de 80, ainda sob o regime ditatorial. O período era de sindicalismo tutelado e peleguismo, mas também da efervescência advinda das greves operárias no ABC. Neleu ajudava a organizar a oposição no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em conjunto com outros camaradas, na chapa liderada por Aurélio Peres.

Em período marcado por forte movimento grevista, foi dirigente do sindicato entre 1984 e 1987. O PCdoB tinha fortes bases em empresas metalúrgicas, como a própria Brasilata, a Filizola, Maferza, Mapri, Metal Leve, MWM, entre outras. Tal trabalho de recrutamento e construção do Partido entre os trabalhadores, do qual Neleu Alves foi um dos grandes expoentes, ainda hoje, três décadas depois, se faz presente nas fileiras comunistas, através de quadros forjados nas fábricas e que jamais deixaram o compromisso militante.

Mas Neleu extrapolou os portões das fábricas e foi um dirigente partidário de todas as frentes. A construção do PCdoB na zona leste de São Paulo, tendo presidido o tradicional comitê distrital de São Miguel Paulista, levará para sempre as marcas de sua contribuição abnegada. Ciente de que a elevação da consciência dos trabalhadores passa necessariamente por sua organização no Partido, ajudou a criar a experiência de vincular bases de categorias profissionais nos distritais, promovendo trabalhadores para as direções dos comitês.

Em vida, Neleu foi um exemplo para gerações de militantes. A maior homenagem que os comunistas podem lhe prestar é seguir a luta sempre, até o fim, pois é isto que a vida exige dos imprescindíveis. E Neleu foi – e será sempre – imprescindível.

Comissão Política Estadual do PCdoB/SP