Brasileiro acessa a internet por Wi-Fi e pelo celular

Um pouco mais da metade dos brasileiros acessa a internet com regularidade – 58% segundo o Cetic.br, o braço de pesquisas do Comitê Gestor da Internet. E fazem isso de preferência quando estão sob a cobertura de alguma conexão fixa oferecida por Wi-Fi, por meio de celulares.

Por Luís Osvaldo Grossmann

Celular jovem - Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo a mais recente TIC Domicílios, com dados de 2015, divulgada nesta terça-feira, 13/09, 89% das pessoas usam celulares para navegar, seja em casa (90%), nos amigos ou vizinhos (56%) ou no trabalho (38%). O importante é que exista Wi-Fi disponível: 87% dos acessos pelo celular se valem desse tipo de conexão, enquanto o uso de 3G ou 4G é menor, 72%. Só na classe A o uso de 3G/4G (94%) é tão comum quanto WiFi (93%).

Mas se a disponibilidade de Wi-Fi permite um número ainda crescente de internautas (a proporção de usuários era 51% em 2013, 55% em 2014 e chegou aos 58% em 2015), parece ter estacionado pela metade a disponibilidade de internet nos domicílios (43% dos lares acessavam a rede em 2013, percentual que subiu para 50% em 2014 e chegou a 51% em 2015).

“Nas condições atuais de preço de acesso, podemos ter atingido o limite de capacidade de consumo desse serviço. Então, certamente precisamos de politicas que possam mudar essa dinâmica de mercado, sobretudo reduzindo o preço do acesso. Precisamos de políticas que possam reduzir esses preços, inclusive via questões tributárias”, avalia o gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), Alexandre Barbosa.

A renda é a barreira mais aparente. Disseminada entre os mais ricos (97% da classe A e 82% da classe B), o acesso a internet só existe em 49% dos domicílios da classe C, e em 16% das classes D/E. Nas contas do Cetic.br, dos 32,8 milhões de lares desconectados, 30 milhões são mais pobres (D/E), sendo que 11,7 milhões deles ficam no Sudeste, região que também concentra o maior número de conectados (60% dos lares com internet).

“Entre os que não têm acesso, 60% dizem que é pelo preço”, ressalta Winston Oyadomari, responsável pela pesquisa. O problema seguinte é disponibilidade. Na área rural, somente 22% dos domicílios tem acesso à internet, proporção muito abaixo dos 56% dos domicílios de áreas urbanas com rede. Na área rural, a falta de disponibilidade é apontada por 53% como motivo para os domicílios não contatarem com nenhum tipo de conexão.