Greve dos bancários fecha 327 agências no Ceará

A greve dos bancários no Ceará segue forte e chega ao seu 7º dia de paralisação com um total de 327 agências paralisadas das 560 existentes no Estado, somando quase 60% de adesão. Na última sexta-feira (09), o número de agências paradas era de 307.

Greve dos bancários fecha 327 agências no Ceará

Em todo o Brasil, 11.531 agências e 48 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 48,97% de todas as agências do País. A mobilização cresceu 15%, na comparação com a sexta-feira.

Nesta terça-feira (13), o Comando Nacional dos Bancários volta a se reunir com a Fenaban, às 14h, em São Paulo. No último encontro, os bancos propuseram um reajuste de apenas 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil. Mais uma vez não cobre, sequer, a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. O Comando Nacional rejeitou na própria mesa de negociação.

“A greve é um instrumento que nós precisamos saber usar. Os bancários, mais do que nunca, têm que se conscientizar desse instrumento e têm que aderir ao movimento, fazer crescer a greve, porque só assim vamos incomodar os banqueiros e conseguir arrancar, na mesa, uma proposta que seja decente, que atenda aos nossos anseios”, avalia Alex Citó, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.

Ao final do dia, os bancários cearenses realizaram uma plenária na Praça do Ferreira, importante ponto de grandes manifestações políticas e culturais de Fortaleza. “O movimento dos bancários hoje é de resistência e de muita resiliência contra uma onda conservadora, fundamentalista que quer retirar direitos dos trabalhadores. A nossa categoria faz parte do Sistema Financeiro e só o nosso patronato, os quatro maiores bancos juntos, lucrou mais do que todos os outros setores juntos da economia do País. Não há crise no setor financeiro, portanto tem totais condições de atender nossas reivindicações. Vivemos um momento delicado, de uma crise política, de uma sabotagem do grande capital e da ofensiva de um Congresso que fala em nome da família, mas que golpeia a democracia”, analisa Gabriel Motta, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco.

Financiários aderiram à greve

Os financiários aderiram à greve nacional dos bancários em várias cidades do País, na última quinta-feira (08). A decisão foi tomada em assembleias que rejeitaram a proposta da Fenacrefi de reajuste salarial que correspondente a 80% do INPC de 9,83%, referente a junho/2016, mais R$ 1.000 de abono. O índice está muito aquém da reivindicação dos financiários, de reposição da inflação, mais 5% de aumento real.

“A nossa expectativa é fortalecer o movimento a cada dia. Esse é o primeiro ano que fazemos greve e queremos dar uma cara diferente aos financiários, porque nunca fizemos greve e sempre aguardávamos a greve dos bancários para o que saísse para eles, se aplicaria à nossa categoria. A partir do nosso Congresso Nacional, em julho, a categoria decidiu entrar em greve para mostrar aos patrões que nós também temos voz, temos nossos direitos, temos nossas reivindicações. O movimento está crescendo e esperamos fazer pressão para alcançar nossos objetivos”, disse Antônio Marcos, diretor do Sindicato e funcionário da BV Financeira.