Ceará: Greve de bancários continua forte com adesão de bancos privados

O número de agências paralisadas no terceiro dia da greve dos bancários no Ceará subiu de 214 para 278 agências das 559 existentes no Estado, confirmando a disposição de luta da categoria. O movimento se intensificou na última quinta-feira (08), principalmente nos bancos privados, com forte mobilização no Itaú, um dos principais membros da mesa de negociação da Fenaban.

Greve dos bancários - Ceará

“Chegamos no 3º dia de greve nacional dos bancários por pura irresponsabilidade dos banqueiros que, depois de um exaustivo processo de negociação, disseram Não a todas as reivindicações feitas pelo Comando Nacional dos Bancários. Nós construímos a riqueza do Sistema Financeiro Nacional, um dos setores que mais lucra no País e a nossa contrapartida, por parte dos gananciosos, é colocar demissão de trabalhadores, dificultando as condições de trabalho de quem fica e precarizando o atendimento à população. Nossa campanha salarial também preocupa-se com a população, mal atendida nos bancos por culta dos banqueiros. Nós reivindicamos melhores condições de trabalho e também melhor atendimento à população. Portanto, a nossa greve é legítima e justa”, afirmou Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato dos Bancários e funcionário do Itaú.

“Infelizmente temos que fazer greve a cada ano, porque os banqueiros e o governo não atendem as nossas reivindicações e nos empurram para a paralisação. Nós estamos pedindo reposição da inflação mais 5 % de ganho real, muito pouco em relação ao lucro astronômico dos bancos. Em 2015, o lucro dos cinco maiores bancos juntos foi superior a R$ 60 bilhões. E este ano, vai ser maior porque as pessoas na crise fazem mais empréstimos, recorrerem mais aos cartões e ao cheque especial com juros exorbitantes. Neste 3º dia, a greve continua forte e crescerá ainda mais. A greve é justa e por isso precisamos do apoio da população”, disse Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato, funcionário do BNB.

Rita Ferreira, diretora do Sindicato e funcionária do Bradesco, alerta que “os tempos são difíceis, caros bancários e bancárias. A proposta dos bancos em resposta à nossa pauta de reivindicações é simplesmente afrontosa – 6,5% de reajuste, não repõe se quer a inflação. Significa que enquanto os bancos batem recordes de lucros, ao mesmo tempo, desejam diminuir o valor real do salário de quem ajudou a multiplicar os seus ganhos. A greve é o que nos resta para defender na luta os nossos direitos, porque só a luta nos garante!”

Os bancos têm perfeitas condições de atender as reivindicações dos bancários. Senão veja: os cinco maiores bancos do País – Banco do Brasil Caixa, Santander, Itaú e Bradesco – lucraram em 2015, R$ 60 bilhões. Esses mesmos bancos, no primeiro semestre de 2016, lucraram R$ 30 bilhões. Mas apesar dos altos lucros, os bancos, de 2012 a 2015, destruíram 33 mil postos de trabalho, reduziram o saldo de emprego e a remuneração média.

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Os banqueiros negociam nesta sexta (09), em São Paulo, com o Comando Nacional dos Bancários, mas até que venha uma proposta decente, a resposta é greve forte em todo o País.