Grito dos excluídos ressoa com força nas ruas do Recife 

Praticamente todas as tribos se fizeram representar no grande ato realizado no centro do Recife neste quarta-feira (07). Partidos políticos progressistas, como o PCdoB, movimentos populares, sociais, religiosos, sindicais e estudantis se uniram no 22º Grito dos Excluídos para protestar contra o governo ilegítimo de Michel Temer, reivindicar o cumprimento de direitos e defender a democracia e as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras.  

Grito dos excluídos ressoa com força nas ruas do Recife - Vítor Tavares/G1

Segundo os organizadores, o lema deste ano, Este Sistema é Insuportável: Exclui, Degrada, Mata, é baseado em discurso feito pelo papa Francisco na Bolívia.

Da concentração na Praça do Derby mais de 20 mil pessoas percorreram as avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes até a Praça da Independência, no centrão. Entre as palavras de ordem o Fora Temer ecoou com força pelas vias centrais da cidade. Durante o percurso, os manifestantes exibiram bandeiras e cartazes alusivos a causas como o combate ao racismo e à homofobia. 'Não à homofobia', 'Não ao racismo', 'Não à privatização', 'Pela legalização do aborto' e 'Pelo fim do massacre aos povos indígenas'. A reforma política e a realização de novas eleições presidenciais também foram lembradas pelos participantes da mobilização.

Muitas faixas pediam ainda a “volta da democracia” e denunciavam o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff. Fotos de parlamentares pernambucanos que votaram pelo impeachment da ex-presidenta foram mostradas sob a palavra “golpista”.

O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Veras, defendeu que uma "Constituinte exclusiva e soberana" seja realizada para adiantar as eleições. "Na Frente Brasil Popular, que reúne dezenas de entidades e partidos contrários ao impeachment e as ameaças à democracia, ainda estamos construindo um consenso, mas nós não vamos suportar dois anos de governo Temer. Vamos construir a greve geral, vai ter paralisação no dia 22 e precisamos pressionar o Congresso Nacional para aprovar novas eleições".

No encerramento, os manifestantes queimaram um caixão simbolizando a democracia. Apresentações culturais marcaram o início e a dispersão da manifestação na área central do Recife.

Audicéa Rodrigues, com informações de sites e blogs locais.
Do Recife