Devido ao golpe de Estado, Venezuela congela relações com o Brasil

O governo da Venezuela declarou que as relações com o Brasil estão oficialmente congeladas devido ao golpe de Estado contra Dilma Rousseff consolidado no dia 31 de agosto. O país também retirou definitivamente seu embaixador de Brasília e pretende, por meio de consultas populares, apoiar o povo brasileiro.

Maduro e Dilma - Divulgação

Por meio de um comunicado oficial, o governo destacou que “condena categoricamente o golpe de Estado parlamentar consumado no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff, mediante o qual perigosamente se substituiu ilegitimamente a vontade popular de 54 milhões de brasileiros, violentando a Constituição e alterando a democracia neste país irmão”.

A nota diz ainda que o golpe é fruto de uma articulação das elites nacionais em parceria com forças externas interessadas em controlar a região. “As oligarquias políticas e empresariais, que em aliança com forças imperiais consumaram o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, recorreram a artimanhas antijurídicas sob o formato de crime sem responsabilidade para chegar ao poder pela única via que lhes é possível: a fraude e a imoralidade”.

Além de rechaçar o golpe e congelar as relações, a Venezuela também enviou solidariedade à presidenta eleita Dilma Rousseff. “A República Bolivariana da Venezuela expressa sua solidariedade com a presidenta Dilma Rousseff, e com os milhões de mulheres e homens que mediante o voto direto e secreto elegeram a presidenta. Executou-se uma traição histórica contra o povo do Brasil, e um atentado contra a integridade da mandatária mais honesta no exercício da presidência na República Federativa do Brasil”.

O país de Maduro também denuncia a contraofensiva da direita internacional a fim de barrar os processos progressistas de avanços populares no continente. “Este golpe de Estado parlamentar faz parte da investida oligárquica e imperial contra os processos populares, progressistas, nacionalistas e de esquerda, cujo único fim é restaurar os modelos neoliberais de exclusão social e espoliação de nossas riquezas naturais que trouxeram consigo pobreza e atraso para nossos povos, e acabar assim com os modelos de genuína democracia e de integração unitária da região alcançados pelos presidentes Hugo Chávez, Néstor Kirchner, Lula Da Silva, Evo Morales, Tabaré Vázquez e Rafael Correa”.

“O Governo da República Bolivariana da Venezuela, no resguardo da legalidade internacional e solidária com o povo do Brasil, decidiu retirar definitivamente seu embaixador na República Federativa do Brasil, e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido deste golpe parlamentar. De igual forma, iniciaremos um conjunto de consultas para apoiar o povo desta nação irmã, que vulnerado em seu sistema democrático e desesperançado em suas conquistas socioeconômicas”, encerra a nota.