Venezuela vai suspender relações com governo ilegítimo do Brasil

Como era de esperar, o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff não será bem visto aos olhos do mundo. A Venezuela já é o terceiro país que anuncia retirar seu embaixador do Brasil em rechaço ao ataque contra a democracia consolidado nesta terça-feira (31) – os outros dois são Equador e Bolívia. O presidente Nicolás Maduro qualificou o processo de impeachment como um “golpe oligárquico da direita”.

Nicolás Maduro - Presidência Venezuela

Em nota oficial o governo anunciou que vai “congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo resultante deste golpe parlamentar”. Além disso, o embaixador venezuelano no Brasil vai voltar à Venezuela. O país de Nicolás Maduro também se dispõe a desenvolver um “conjunto de consultas para apoiar o povo” do Brasil.

No documento, a Venezuela denuncia que as “oligarquias políticas e empresariais, que em aliança com fatores imperialistas, consumaram o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, recorreram a artimanhas anti-jurídicas sob o formato de crime sem responsabilidade para chegar ao poder pela única via que é a possível: a fraude e a imoralidade”.

Por isso, a Venezuela “expressa sua solidariedade com a presidenta Dilma Rousseff, com os milhões de mulheres e homens que mediante voto direto e secreto elegeram a presidenta. Foi executada uma traição histórica contra o povo do Brasil e um atentado contra a integridade da presidenta mais honesta em exercício da presidência da República Federativa do Brasil”.

A nota denuncia que o golpe no Brasil integra um plano maior do imperialismo norte-americano de atentar contra os processos “populares, progressistas, nacionalistas e de esquerda”. Cujo único objetivo é “restaurar os modelos neoliberais de exclusão social e espoliação de nossas riquezas naturais que trazem consigo pobreza e atraso para nossos povos, e acabar com os modelos de genuína democracia e de integração unitária da região alcançados pelos presidentes Hugo Chávez, Néstor Kirchner, Lula, Evo Morales, Tabaré Vázquez e Rafael Correa.