Paz na Colômbia é um vendaval de frescor para o continente, diz Correa

O presidente do Equador, Rafael Correa, é um dos primeiros chefes de Estado a comentar a assinatura do acordo de paz definitivo entre o governo da Colômbia e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo). Durante um programa televisivo local, o mandatário felicitou o país de Juan Manuel Santos e disse que o fim do conflito de mais de 50 anos é “um vendaval de frescor” para toda a América Latina.

Juan Manuel Santos e Rafael Correa - Governo da Colômbia

“A paz é a melhor notícia das últimas décadas para a região, [é] o último dos conflitos da América do Sul e resolvê-lo é uma boa notícia e um vendaval de frescor para todo o continente e, particularmente, para os países vizinhos que têm sofrido consequências com este conflito”, afirmou o presidente.

De acordo com Correa, o fim do conflito na Colômbia vai apaziguar também as regiões fronteiriças do país. Com isso, os gastos do Equador com monitoramento da região Norte serão reduzidos. “[Atualmente] custa 10 vezes mais que uma fronteira normal pela quantidade de conflitos [impulsionados] por grupos irregulares”.

O acordo de paz definitivo foi firmado entre o Governo e as Farc na última terça-feira (23) em Havana, Cuba, depois de 4 anos de intensas negociações nos Diálogos de Paz. Agora o documento seguirá para a Colômbia para ser referendado em votação popular através de um plebiscito pela paz, a ser realizado no dia 2 de outubro.

Sobre o plebiscito, Correa afirmou: “Deus queira que triunfe [a paz] no referendo porque há grupos tão irresponsáveis na Colômbia que estão fazendo campanha pelo ‘não’, encabeçados por Álvaro Uribe”.

Alguns setores da sociedade colombiana consideram arriscado decidir a paz por meio de um plebiscito porque há grupos interessados na guerra, entre eles, o conluio do ex-presidente Álvaro Uribe, responsável por uma das administrações mais truculentas da história recente do país. Além disso, para o narcotráfico e os extremistas da direita, a guerra também é considerada “um bom negócio”.

Sobre a assinatura do acordo, Correa disse que seu homólogo Juan Manuel Santos “vai ficar para a história, por cumprir com seu dever e por dar aos colombianos uma Colômbia melhor”.

O Equador foi um dos países, assim como Cuba, que impulsionou os Diálogos de Paz realizados durante 4 anos em Havana e contribuiu na prática para o avanço do processo. É o país sede das negociações de paz entre o governo colombiano e outros grupos guerrilheiros, entre eles, o ELN (Exército de Liberação Nacional).