Eduardo Guimarães: Nível de apoio da mídia ao golpe é algo inédito

O jornalista Eduardo Guimarães afirmou ao Portal Vermelho nesta terça-feira (23) que o Brasil vive um momento inédito na história ocidental. Ele se refere à participação dos veículos de comunicação de grandes empresas na concretização do golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. O blogueiro, que é fundador e editor do blog da Cidadania, esteve no ato realizado em apoio a Dilma pelas Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo em São Paulo.

Por Railídia Carvalho

Eduardo Guimarães
“Apesar da participação dos meios de comunicação no golpe de 64, os veículos de hoje adquiriram um protagonismo muito maior porque as comunicações são mais poderosas hoje em dia”, explicou Eduardo.
Ele reforçou que o golpe contou com “o apoio total da mídia” para organizar as manifestações contra Dilma. “Todas foram organizadas pela imprensa”, destacou.
Eduardo lembrou que esse ineditismo na participação da mídia tem rendido matérias na imprensa estrangeira. 
“Vários jornais estrangeiros do porte do inglês The Guardian vem noticiando o comportamento da imprensa brasileira neste processo”, exemplificou. 
O jornalista enfatizou que o golpe é muito diferente de situações anteriores de golpe. “É um golpe organizado, parlamentar com uma capa de legalidade e uma novidade”, analisou.
Pluralidade de opiniões
Faz 11 anos que o blog da cidadania foi criado por Eduardo. O motivo foi o de tentar furar o espaço da mídia hegemônica abordando assuntos ou ignorados ou manipulados pela mídia.
 
A luta pela democratização da comunicação é a principal pauta do jornalista, que é candidato a vereador pelo PCdoB da cidade de São Paulo. Eduardo assegurou que o combate ao monopólio da mídia foi prejudicado com o golpe.
“Quem trava esse combate (a luta pela democratização) sofreu revés com tudo o que aconteceu porque eles conseguiram paralisar a economia e ao fazer isso jogaram o povo contra o governo. Mas agora é continuar lutando”, ressaltou. 
A candidatura do blogueiro se apresenta como contraponto ao monopólio da mídia. Contestador sistemático dos abusos da grande mídia, Eduardo ficou conhecido como o criador do ato público Ditabranda, entre outras ações.
Essa iniciativa reuniu em 2009 mais de 500 pessoas diante da sede da Folha de São Paulo protestando contra editorial do jornal que afirmava que a ditadura brasileira teria sido “branda” por ter matado “pouca gente”.