Ubes lança campanha contra o projeto “Escola sem Partido”

A chamada Primavera Secundarista, movimento que ocupou mais de 600 instituições de ensino em todas as regiões do Brasil, tem agora pela frente um inverno rigoroso de luta contra o conservadorismo na educação ao enfrentar um projeto que foi batizado de “Escola Sem Partido”. A entidade disponibilizou uma cartilha on line [disponível abaixo] que explica o quanto nocivo significa a implementação desse projeto.

Ubes lança campanha contra o projeto "Escola sem Partido"

Impulsionada por forças reacionárias da política e da sociedade, a proposta está em tramitação em diversas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais país afora e conta com a simpatia do governo ilegítimo de Michel Temer e do seu malvado favorito, o ministro golpista da Educação, Mendonça Filho.

Em tempo, o Congresso Nacional mais conservador de todos os tempos quer aprovar a toque de caixa o PL 867/2015, de autoria do deputado Izalci Lucas Ferreira (PSDB), membro da bancada evangélica da Câmara, e instituir de vez a Lei da Mordaça contra estudantes, professores e qualquer um que insista em provar o pensamento crítico e democrático dentro do ambiente escolar.

A UBES defende que, através da reflexão crítica sobre o mundo é possível melhorá-lo e torná-lo mais justo e democrático. Esse é o sentido de uma educação libertadora: gerar novos saberes para que possamos combater as injustiças sociais e não encará-las como naturais.

8 Motivos para ser contra a “Lei da Mordaça”

1. É contra a democracia na escola 

A Lei é uma iniciativa de censura e perseguição à liberdade de expressão dentro do ambiente escolar, amplamente garantida pela Constituição de 1988. Significa a supressão da democracia nas salas de aula e a livre organização dos estudantes.

2. É contra o movimento estudantil 

O grêmio estudantil e os estudantes que constroem ações como a #PrimaveraSecundarista e lutam pela gestão democrática e pela participação do estudante dentro das escolas se tornam os alvos principais do projeto conservador.

3. Desconstrói o papel da escola 

O projeto ultraconservador quer impedir o debate plural sobre temas cruciais como história, política, gênero, direitos humanos e combate às opressões, barrando o exercício de uma pedagogia que propicie a autonomia de pensamento dos estudantes.

4. Retira o diálogo da escola com a realidade

Como impor a neutralidade do discurso nas escolas quando a própria realidade não é neutra? A escola é para formar jovens com possibilidade de olhar para o mundo e se desafiarem a torná-lo um lugar melhor através do seu trabalho e dos seus conhecimentos.

5. Impede a troca de saberes

Projetos de Lei como a 867/2015, que tramita no Congresso Nacional, querem cercear o debate em sala de aula e a troca de saberes entre os estudantes ao proibir o debate, a divergência e a troca de experiências.

6 Coloca a história em risco 

A ideologia conservadora do projeto nos impede de saber nossa própria história de lutas e resistência. Em um país no qual os estudantes enfrentaram os militares e derrubaram a ditadura, a Lei da Mordaça levaria à padronização arbitrária do ensino.

7. Coloca o professor em uma situação delicada

Um dos pontos mais controversos reside na ideia de que os educadores e educadoras não devem discutir, nos espaços escolares,temas e conteúdos que possam contradizer as convicções morais dos pais e mães dos estudantes. Dependendo da turma, o professor estaria num impasse ao abordar temas importantes que dividem opiniões.

8. É um projeto golpista 

O Escola sem Partido surgiu há 12 anos, mas virou pauta da vez apenas no governo golpista, depois que o ilegítimo ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu o controverso ator Alexandre Frota ao lado de manifestantes do grupo pró-golpe Revoltados Online para debater o projeto.