Nádia Campeão: “Cidades humanas não precisam de grandes orçamentos”

A vice-prefeita de São Paulo (SP), Nádia Campeão, foi a principal convidada de um seminário sobre a humanização das cidades, promovido pela seção baiana da Fundação Maurício Grabois (FMG-BA), nesta sexta-feira (05/08), em Salvador. A atividade faz parte de uma série de encontros promovidos pela FMG, em todo o Brasil, com o objetivo de discutir novas concepções de cidade para apresentar alternativas ao debate eleitoral deste ano.

A ideia de cidades humanas, segundo Nádia, que também ocupa o posto de secretária municipal de Educação, exige superar a noção de que administrar uma cidade é, apenas, construir obras. Para ela, é preciso pensar ações que tornem melhores a vida e a interação das pessoas que vivem nos complexos espaços urbanos. Essas ações, ela defende, são as mais simples.

“As obras são importantes, principalmente quando falamos em construir escolas, creches, mas muitas coisas na cidade são construídas através de ações importantes que tornam a cidade mais generosa, mais igualitária, equilibrada, tolerante e com mais qualidade de vida. Essa é a cidade humana, que você não precisa de grande orçamento para fazer”, explicou a vice-prefeita, que é filiada ao PCdoB.

Na ocasião, Nádia também apresentou a experiência na gestão da capital paulista, iniciada em 2013, ao lado do prefeito Fernando Haddad. Segundo ela, a maior metrópole do Brasil apresenta grandes desafios, mas os problemas mais espinhosos foram tocados porque, seja lá ou em qualquer lugar, é preciso enfrentar as questões mais difíceis, até como uma maneira de mostrar à população a seriedade do objetivo de transformação.

“Tem um problema grande na cidade? Tem que enfrentar! O maior enfrentamento que fizemos foi em relação à mobilidade urbana. Ninguém aguentava mais o trânsito e o transporte de São Paulo. Tivemos que comprar uma briga muito forte, mas hoje comemorados resultados positivos”, relatou a vice-prefeita. Ela elencou as mudanças realizadas, como criação de faixas exclusivas para ônibus, ampliação significativa do sistema cicloviário, passe livre para estudantes, entre outros.

Nádia ainda apresentou as mudanças feitas em outras áreas consideradas pela gestão como prioritárias, a exemplo da saúde, educação, moradia e assistência social – se destacando as ações voltadas às pessoas em situação de rua e LGBTs. As transformações, segundo ela, provocaram muita resistência porque contrariaram interesses, colocando em risco, inclusive, o objetivo de reeleição de Haddad, mas o projeto de uma cidade mais humana vai ser levado até o último dia de governo. “Somos o governo da resistência”, finalizou.

De Salvador,
Erikson Walla