Ataques em Moçambique dificultam as negociações de paz

Registaram-se mais ações armadas em diferentes zonas do Centro e Norte de Moçambique. Atribuídos a bandos da Renamo, os ataques a comboios de carvão e a viaturas civis, os assaltos a centros de saúde e postos administrativos, os raptos e assassinatos de civis, ocorreram nas províncias de Sofala, Zambézia, Tete e Niassa.

Bandeira de Moçambique

Um dirigente da Frelimo, o general Alberto Chipande, afirmou na Beira que o partido "condena com veemência" esses atos bélicos que impedem a circulação de pessoas e bens e que não param, "numa altura em que já foi reatado o diálogo político na presença de mediadores internacionais".

Em Maputo, foram interrompidas até ao dia 8 as conversações entre representantes do Governo e da Renamo, visando encontrar uma solução pacífica para o diferendo e preparar um encontro entre o presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Este encontra-se em local desconhecido, eventualmente na serra da Gorongosa.

Entre os mediadores internacionais, figuram Mario Rafaelli, antigo ministro dos negócios estrangeiros de Itália, e Angelo Romano, da Comunidade de Santo Egídio, representantes da União Europeia. Participam também o núncio apostólico, o secretário da Conferência Episcopal e o embaixador sul-africano, todos indicados pela Renamo. Assistiram ainda à anterior ronda de negociações os ex-presidentes Quett Masire, do Botwana, e Jakaya Kikwete, da Tanzânia, apontados pelo governo moçambicano.