Para Boulos, dia 31 é retomada de onda de protestos contra Temer

As mobilizações convocadas para este domingo, 31 de julho, pela Frente Povo Sem Medo, podem ajudar a criar uma nova onda de protestos contra o golpe e pelo "Fora Temer" no Brasil. A avaliação é de Guilherme Boulos, coordenador do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que integra a frente. Segundo ele, até esta sexta-feira (29) 13 estados confirmaram manifestações, e estão marcados sete protestos no exterior, na Europa e Estados Unidos.

Por Railídia Carvalho

Guilherme Boulos na Marcha da Água - MTST

“Ocorreram mobilizações importantes, principalmente em março, abril e maio e houve um período em que ficamos com poucas mobilizações”, observou Boulos. 

Para o dirigente, esse intervalo na ação política de resistência ao golpe torna o dia 31 fundamental para iniciar a retomada e “engatar uma nova onda de mobilizações durante agosto, nas Olimpíadas e para a votação final (do impeachment) no Senado”.
Trabalhadores e periferia
Na opinião de Boulos, é preciso somar novas forças na luta contra o golpe, alcançando segmentos que podem ser decisivos no impacto dos protestos. 
 
“Temos a avaliação de que vamos ter força para barrar o golpe no momento em que a gente consiga trazer às ruas a massa trabalhadora e o povo das periferias urbanas”, ressaltou.
Na opinião dele, esse público não esteve nas manifestações da direita e nem nos atos contra o golpe.
“O que vai ser o fiel da balança vai ser a nossa capacidade de transformar em mobilização essa frente de insatisfação, esse mal-estar com a ilegitimidade de Michel temer e com as medidas que ele está tomando”, analisou.
Novas eleições
Ele reafirmou que o plebiscito também é um instrumento que fortalece a luta contra o golpe. “O plebiscito pode agregar setores populares que estavam insatisfeitos e talvez tenham menos disposição de ir às ruas se entenderem a luta associada à presidenta”, avaliou.
Boulos completou que a própria presidenta Dilma Rousseff entendeu dessa forma, quando, em mais de uma ocasião, também defendeu a proposta do plebiscito.
“Todas as pesquisas mostram, a não ser quando são fraudadas de maneira grosseira, um apoio da população a novas eleições para presidente. Dessa maneira, acho que a incorporação dessa bandeira é um elemento que fortalece o processo de enfrentamento ao golpe”, argumentou.