Agricultor familiar protesta contra o golpe e pela reforma agrária

Hoje, 25 de julho, é celebrado o Dia do Agricultor Familiar. Neste ano, a categoria, no lugar das comemorações realiza atos políticos com caminhadas e paralisações em todo o Brasil, para alertar das ameaças que o povo do campo sofre com as mudanças que o governo interino propõe e coloca em risco as conquistas dos seus direitos e o desenvolvimento agrário. 

Marcha dos sem terra no rn pela reforma agrária e contra o golpe

Os agricultores familiares neste dia D reivindicam Reforma Agrária Já, como também dizem não ao golpe, as propostas de mudanças na previdência social que aumentam a idade de aposentadoria do trabalhador e trabalhadora da agricultura familiar, a violência no campo, a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o fim das políticas de assistência agrária entre outras que constam na pauta dos movimentos que lutam pela terra.

No Brasil a Agricultura Familiar é responsável por 70% da produção de alimentos, sendo o principal setor ajudar na erradicação da fome e pobreza, isso demonstra a importância desses trabalhadores para a soberania e segurança alimentar do mundo. Segundo último censo do IBGE, há mais de 500 milhões de propriedades agrícolas familiares no mundo e no Brasil o número chega a mais de 4 milhões de estabelecimentos familiares rurais.
As políticas públicas para o setor nos últimos 12 anos se fortaleceram, a agricultura familiar passou a contar com programas de estímulo agrário como a de crédito, assistência técnica e extensão rural, seguro, habitação e mais. Exemplo disso é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) que beneficiam cerca de 450 mil agricultores familiares por ano, injetam anualmente 700 milhões de dólares neste setor e proporcionam alimentos a 65 milhões de pessoas. Essas iniciativas foram elogiadas e reconhecidas pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO).
No entanto, com atual conjuntura do país estas políticas estão ameaçadas tanto na sua continuidade como também sua extinção. De acordo com as lideranças da FETRAF, o governo interino não demonstra interesse no desenvolvimento da agricultura familiar e isso ficou evidente quando extinguiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a suspensão políticas de desenvolvimento agrário.
“Ao contrário do mundo, que segue na direção do desenvolvimento sustentável, o Brasil agora resolveu caminhar injetando em agrotóxico e privilegiar o agronegócio. Isso é impraticável e incoerente com a geração que pede um mundo mais ecológico e sustentável”, critica o coordenador geral da Fetraf Marcos Rochinski e diz “Vamos à luta e não iremos permitir retrocessos”.