Seis por meia dúzia: Temer tira Henrique Alves e nomeia Beltrão

O presidente interino Michel Temer trocou seis por meia dúzia, como diz o linguajar futebolisco, ao nomear o deputado federal (PMDB-AL), Marx Beltrão, no lugar do ex-deputado federal, Henrique Alves (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Turismo por fortes indícios de seu envolvimento no âmbito da Operação Lava Jato.

Por Eliz Brandão

Marx Beltrão - Foto: Gabriela Korossy / Câmara

O anúncio da nomeação de Marx Beltrão ocorreu nesta segunda-feira (18), mas o deputado deve assumir a pasta somente na quarta-feira (20). Acontece que o histórico do jovem ministro, com apenas 36 anos, foi motivo de resistência por parte da bancada do PMDB, já que ele é réu, acusado de crime de falsidade ideológica, na Ação Penal 931, no Supremo Tribunal Federal (STF), requerida pelo Ministério Público Federal em 2013.

Segundo consta, como prefeito da cidade de Coruripe-AL, entre 2009 e 2012, Marx, em comum acordo com o presidente da empresa de previdência do município, falsificou documentos na tentativa de fraudar o Ministério da Previdência Social.

Na prática, a prefeitura deixou de repassar ao Fundo de Previdência do município cerca de R$ 626 mil de contribuições devidas, entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011. A fraude tinha o objetivo de tornar a cidade adimplente perante a União e, assim, receber transferências voluntárias de recursos e financiamentos de instituições financeira federais.

Mais cargos

Mas ao que tudo indica, Michel Temer conseguiu acertar a nomeação após ceder o comando da valiosa Furnas para a bancada mineira do PMDB. Eles já haviam recebido a gerência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mas ainda insistiam no recebimento de mais cargos. Ao que parece, Temer conseguiu barrar os ânimos e superar as resistências entre os deputados da bancada peemedebista.

Já o ex-ministro Henrique Alves (PMDB-RN), aliado ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por Sérgio Machado como um dos maiores beneficiados no recebimento de propina, agora já pode ser investigado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Ao deixar a pasta do Turismo, já não tem mais mandato.