Madrilenhos protestam contra presença de Obama na Espanha

Centenas de pessoas concentraram-se, no dia 10 de julho, em frente à embaixada dos Estados Unidos em Madri para protestar contra a visita de Barack Obama à Espanha e denunciar “as mentiras do imperialismo”.

Manifestação em Madri contra a visita de Obama à Espanha

Revistados e vigiados por dezenas de policiais, os mais de 200 manifestantes fizeram ouvir palavras de ordem como “Não à guerra, não à Otan, não aos tratados!” e mostraram cartazes em que se lia inscrições como “Nem pistolas, nem drones: justiça para os pobres” e “As pessoas e o planeta não são mercadoria”, informa o diário espanhol Público.

Ángeles Maestro, porta-voz das Marchas da Dignidade, disse que a concentração visava denunciar “as mentiras do imperialismo”, acrescentando que, apesar de Obama ter recebido o Prêmio Nobel da Paz em 2009, as suas “mãos estão manchadas com o sangue de milhares de pessoas”.

É “uma vergonha” receber Obama “com tantas honras” na Espanha, afirmou, sublinhando que se trata do “maior responsável vivo pelos assassinatos em massa da história”. Ainda assim, Maestro referiu que a manifestação, mais do que visar diretamente Obama, era contra a figura do presidente dos EUA: “se não fosse ele, seria outro”, disse.

Outro aspecto criticado pelos manifestantes foi a “imposição imperialista” do tratado de livre comércio (TIPP) negociado entre os EUA e a União Europeia, na medida em que “rompe com a legislação soberana dos países” para os submeter aos interesses das grandes empresas norte-americanas.

De Varsóvia a Rota

Proveniente de Varsóvia, onde participou na cúpula da Otan, Obama chegou ontem à noite à base aérea de Torrejón de Ardoz, em Madri, onde foi recebido pelo rei espanhol.

Nesta terça (12), no início da tarde, o mandatário norte-americano esteve reunido com Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol em funções, no Palácio da Moncloa, tendo seguido depois novamente para a base aérea de Torrejón de Ardoz, onde se reunirá com os líderes do PSOE, Podemos e Ciudadanos, Pedro Sánchez, Pablo Iglesias e Albert Rivera, respectivamente. Prevê-se que Obama visite ainda o contingente militar norte-americano na base naval de Rota, em Cádis.