"Estamos vivendo uma farsa", diz Kátia Abreu sobre impeachment

Com um discurso contundente na comissão especial do impeachment, nesta terça-feira (5), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) classificou os defensores do impeachment como "hipócritas" e afirmou que a meta fiscal aprovada pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), serviu para "garantir a aprovação do impeachment".

Kátia Abreu - Reprodução

"Daqueles que comiam, almoçavam e jantavam no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Isso é uma hipocrisia, isso é um cinismo que eu não vou compartilhar", rechaçou a senadora. E acrescentou: "Nós estamos vivendo aqui uma farsa. O inadmissível. E não vejo ninguém dizer da corrupção no governo da Dilma: foi ela sozinha ou foram todos os partidos que mamaram, sugaram esse governo durante cinco anos e agora estão do outro lado da mesa pedindo o impeachment da própria?"

Kátia Abreu foi ministra da Agricultura de Dilma e assumiu recentemente uma vaga na comissão, sendo mais uma parlamentar atuante na defesa da presidenta eleita.

A senadora não poupou críticas ao processo fraudulento de impeachment e as medidas do governo provisório de Temer no Congresso, que foi a autorização para fechar o ano com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas do governo.

"Eu de fato fico muito mobilizada quando vejo a crueldade com que a acusam de ter cometido uma fraude propositadamente para ganhar as eleições", disse. "Eu gostaria muito de ver também na boca de algumas pessoas por aqui, que a fraude dos R$ 170 bilhões, para guardar R$ 50 bilhões para garantir o impeachment, também nós poderíamos citar isso aqui no dia de hoje", afirmou a senadora.

"Se nós fôssemos agora colocar nesse auditório todos que estão sendo investigados pela lambança de todos os partidos. Mas [está] todo mundo aqui caladinho, acusando a presidente Dilma e escondendo 'pra' debaixo do tapete a corrupção e as acusações que estão dentro de seus próprios partidos", advertiu.

Nesta quarta-feira (6), o ex-ministro e advogado de defesa de Dilma, José Eduardo Cardozo, deve falar à comissão no lugar da presidenta, que já afirmou em entrevistas que não vai participar da sessão.