Eletricitários estão paralisados contra ameaça de privatização

Mantendo o Calendário Nacional Unificado proposto pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), as trabalhadoras e trabalhadores da sede da Eletronorte em Brasília aprovaram, nesta quarta-feira (6), paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (11). A categoria em Brasília se soma a outras bases que vêm deliberando por este encaminhamento desde o início da semana.

Eletricitários em todo o país estão paralisados contra ameaça de privatização

Os eletricitários em todo o país estão com as atividades paralisadas em busca da retomada das negociações para o ACT, uma vez que a direção da Eletrobras vem desrespeitando e tratando com descaso os trabalhadores.

Os dirigentes do Sindicato dos Urbanitários (STIU-DF) destacaram a falta de preparo e inabilidade do diretor de Administração da empresa, Alexandre Aniz, em negociar com a categoria. Também condenaram a ação da Polícia militar, em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro, que agiu com truculência, a pedido da direção da Eletrobras. Fato inédito em toda a história das negociações. Cinco sindicalistas que faziam o convencimento dos trabalhadores a aderirem ao movimento grevista foram algemados e presos. Devido ao incidente lamentável, os trabalhadores realizam na tarde de hoje um ato em solidariedade aos colegas detidos e em repúdio ao radicalismo da empresa e truculência da PM.

Privatização

A direção do STIU-DF também alertou sobre importância de unificar a categoria eletricitária em todo o país e fortalecer a luta contra as privatizações. No próximo dia 15 está previsto o Dia Nacional de Luta contra as Privatizações, com paralisação de 24 horas caso as negociações sejam retomadas até lá, e a greve por tempo indeterminada venha a ser suspensa. Também está prevista outra paralisação de um dia na sexta-feira (22), em protesto contra o leilão de venda da Celg, empresa de distribuição de energia em Goiás.

Os diretores do STIU-DF frisaram ainda a possibilidade real de privatização de áreas de geração e transmissão de energia, uma vez que o governo interino de Michel Temer tem anunciado que vai privatizar “tudo que for possível”.

“Estamos bastante preocupados com a privatização das distribuidoras. Se esse crime for adiante, o próximo passo é vender SPEs como Belo Monte, cuja participação da Eletronorte no empreendimento é de praticamente 20%. O mercado, nós sabemos, só quer aquilo que dá lucro, não quer empreendimentos que não deem grandes receitas. O ônus eles vão transferir para os trabalhadores e a sociedade”, destacaram os diretores do STIU-DF.