Suspeito de atentado em Istambul era agente na Geórgia pró-EUA

O chefe do Comitê para segurança e defesa Irakly Sesiachvili declarou que Tchatáiev tinha cidadania georgiana e trabalhou durante o governo do terceiro presidente da Geórgia Mikheil Saakachvili.

Se isso é verdade, neste momento, ainda é desconhecido. A Promotoria da Geórgia ainda não sabe se vai começar a investigação sobre as ligações entre Tchatáiev e Mikheil Saakachvili.

O próprio Mikheil Saakachvili chama Tchatáiev de terrorista e acusa o governo de coalizão "Sonho georgiano" pela sua libertação.

O nome de Ahmed Tchatáiev foi ouvido pela primeira vez na Geórgia quando se tornou conhecida a última grande operação do governo de Mikheil Saakachvili.

Ahmed Tchatáiev participou na operação de resgate de reféns na Geórgia no verão de 2012 e foi um dos que conduziu as negociações para a liberação de um grupo de reféns.

Como afirmou o chefe de informações do departamento de análise da Geórgia, Chota Utiachvili, durante as negociações Tchatáiev passou para o lado dos militantes, durante o tiroteio foi ferido numa perna e desapareceu na floresta.

Ahmed Tchatáiev foi detido no dia 8 de setembro. Foi acusado de posse ilegal, armazenamento e venda de dispositivo explosivo e enviado para prisão preventiva por dois meses e neste período teve o pé esquerdo amputado.

Um mês mais tarde, após a prisão de Ahmed Tchatáiev na Geórgia, o poder mudou e Mikheil Saakachvili foi substituído pelo bilionário georgiano Bidzina Ivanichvili e sua coligação "Sonho georgiano". O novo poder, após a tomada de posse, começou logo corrigindo os erros do governo anterior. Foram revistas muitas coisas, incluindo o caso de Ahmed Tchatáiev.

No dia 5 de dezembro de 2012, Tchatáiev foi posto em liberdade sob fiança e, no dia 18 de janeiro, foi absolvido por sentença da Promotoria Geral. Em 2014, deixou finalmente o país e, de acordo com os dados existentes, aderiu à organização terrorista Estado Islâmico (conhecido com Daesh, proibido na Rússia).

Em 2015, conforme decisão da ONU, Tchatáiev foi reconhecido como terrorista e foi incluído na lista das pessoas ligadas aos grupos terroristas. No mesmo ano, por motivo da ligação com o Estado Islâmico, Tchatáiev foi incluído na lista de sanções dos Estados Unidos.

Depois do atentado terrorista no aeroporto internacional de Istambul, a questão da responsabilidade da Geórgia pela absolvição de Tchatáiev, voltou a ser de novo atual.

No entanto, as autoridades da Geórgia não querem falar da culpa de Tchatáiev até que o inquérito seja concluído.

“O inquérito ao atentado de Istambul ainda não foi concluído, portanto as especulações que o organizador tenha sido o cidadão da Tchetchênia Ahmed Tchatáiev não são admissíveis”, disse o premiê georgiano, Georgy Kvirikachvili.

O titular do Ministério da Justiça Teya Tsulukiani, ainda antes de concluído o inquérito na Turquia, afirmou que esteve contra a liberação de Tchatáiev, que há quatro anos foi detido na Geórgia.

Ao mesmo tempo, o chefe do Comitê para segurança e defesa Irakly Sesiachvili justificou a liberação de Tchatáiev e a recusa de o extraditar para a Rússia com o fato de Tchatáiev ser cidadão da Geórgia. Sesiachvili também declarou que o governo não disponha de informações de que Tchatáiev era terrorista.

O advogado de Tchatáiev, Nino Andriachvili, que se ocupava do caso dele, nega o fato de Tchatáiev ter cidadania georgiana.

As três explosões aconteceram na entrada, saída e no estacionamento do terminal internacional do aeroporto Ataturk, em Istambul, no dia 28 de junho. Foram mortas 44 pessoas e 239 ficaram feridas, pelo menos quatro pessoas participaram dos atentados.