Dilma reafirma apoio a proposta de plebiscito sobre novas eleições

A presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, para o SBT Brasil, nesta quarta-feira (29), na qual falou sobre a atual situação política e econômica do país, do processo de impeachment em andamento do Senado e da proposta de um plebiscito sobre novas eleições. “Se os 27 senadores propuserem isso para mim vou endossar”, enfatizou Dilma sobre a proposta.

Dilma entrevista SBT Brasil - Roberto Stuckert Filho
E completa: “A proposta tem que ser de um terço da Câmara e do Senado. O que é importante para mim é manter a unidade dos que me apoiam. São parlamentares, movimentos sociais, intelectuais, que têm opiniões diferentes”.

Ele frisou ainda que a condição para a efetividade dessa proposta é o respeito à democracia e ao seu legítimo mandato. “Em qualquer hipótese, para se afirmar a democracia, passa por um requisito: a minha volta à Presidência da República, com plenos direitos”, reforçou.

Retomando o seu mandato, que para ela é a principal tarefa agora, a presidenta disse que avalia a elaboração de uma carta compromisso. “Tanto os senadores que me apoiam, a Frente Brasil Popular e o Movimento Povo Sem Medo e o meu staff, nós estamos avaliando uma carta de compromisso à nação. Primeiro compromisso é com a democracia. O segundo compromisso é devolver os direitos que estão retirando. Um exemplo é o reajuste do Bolsa Família. Depois de muito insistirmos, eles deram hoje”, disse.

Dilma afirmou também que a batalha do impeachment não é só política. “É também jurídica. A perícia feita pela comissão do Senado constata que não há minha participação no Plano Safra e não teve qualquer irregularidade minha nas pedaladas fiscais. A conclusão é que, de fato, não se pode falar em crime de responsabilidade. Primeiro reforço o caminho para o Senado. Estamos defendendo que há um golpe. Depois há outra batalha no Supremo, que é a última instância”, enfatizou.

Dilma avaliou que esse processo teria sido muito mais difícil de ser aprovado se Eduardo Cunha (PMDB) tivesse sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antes de 17 de abril. O Supremo recebeu o pedido de afastamento de Cunha em dezembro de 2015.

“Pelo menos, criaria um clima muito ruim para este processo de impeachment. O Cunha aceitou este processo como uma vingança. Foi um claro desvio de poder”, lembrou a presidenta.

Sobre o encontro dele com Michel Temer, Dilma ironizou: “Cunha foi visitar o presidente interino, provisório. Não trataram de futebol, certamente”.