Gestão da ANPG terá desafio de lutar contra o desmonte da educação

"Estamos ampliando a cada dia nossa representatividade". Assim Tamara Naiz define o momento que vive a Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG). No último fim de semana, a jovem foi reeleita para presidir a entidade nos próximos dois anos, em um congresso que contou com a participação de 600 estudantes, em Belo Horizonte (MG). 

Por Laís Gouveia 

Nova gestão da ANPG terá o desafio de lutar contra os cortes na educação

Tamara considera que a ANPG ousou em trazer novos elementos ao Congresso. "Foram eleitos quase 900 delegados de forma direta e mais de 1000 instituições de ensino e pesquisa, em todas as regiões do Brasil. Houve uma intensa programação com a temática da mulher, além da sua representação na acadêmica, debates inéditos como, os direitos humanos, participação social, combate ao assédio moral, sexual, discriminação racial e combate ao preconceito nas universidades.

A jovem afirma que os desafios da ANPG refletem ao tema do congresso “Pós graduandos em defesa da democracia, para superar a crise e conquistar mais direitos”. "Seguimos firmes na luta pela implementação do plano nacional de educação (PNE), pela efetivação da conquista das cotas na pós-graduação, mais direitos e mais democracia, pois não há avanço sem o regime democrático”, diz Tamara.  

Temer: Desmonte da educação 

“Temos visto as mudanças provocadas por Michel Temer com muito medo, principalmente com a extinção do Ministério da Ciência e Tecnologia, que foi fundido ao Ministério das Comunicações. O governo interino, em poucos dias, vem destruindo o que o movimento educacional levou anos para construir. Exonerou todos os funcionários do Conselho Nacional de Educação, o novo ministro Mendonça Filho (DEM-PE) disse ser a favor da cobrança de mensalidade nas universidades públicas, algo lamentável, pois apenas 25% das vagas oferecidas no Ensino Superior são gratuitas. Sabemos que educação e ciência e tecnologia são investimentos estratégicos para o desenvolvimento do Brasil e não é com a retirada de verbas que vamos construir o país que almejamos”, considera Tamara.

Mulheres e espaços de poder 

Tamara diz que a ANPG tem um histórico ligado a trajetória da luta feminina, “em 1983 já surgiu sob a liderança de uma mulher, Tereza Galvão, eu sou a 10ª mulher presidenta da ANPG que possui 30 anos de história, é muito importante colocar as mulheres nos espaços de poder, é preciso ter mecanismos para que as mulheres se sintam seguras e participem de todos os espaços, públicos ou privados. Por um mundo de igualdade e oportunidades entre homens e mulheres", conclui.