Na Argentina, jornalistas marcham contra censura e demissões

A onda de demissões em massa continua atingindo os trabalhadores argentinos. Nesta quinta-feira (9), acontece uma mobilização histórica em defesa da proteção do emprego e da liberdade de expressão. Os jornalistas se uniram para lutar contra o fechamento de jornais, a precarização do trabalho e ajustes salariais impopulares.

Manifestação de jornalistas na Argentina - Reprodução

A manifestação sairá do Obelisco, no centro de Buenos Aires, e seguirá até o Ministério do Trabalho, próximo ao palácio do governo. Todos os sindicatos de jornalistas do país estarão mobilizados. A convocação foi feita pelas diversas federações de imprensa e contará também com a participação de estudantes de jornalismo.

“Trata-se de uma convocatória unitária de características históricas. Está a altura dos desafios que os trabalhadores da imprensa encaram: a luta contra as demissões, o fechamentos de jornais, a precarização laboral, os ajustes em nossos salários e a defesa da liberdade de expressão”, diz o comunicado oficial do Coletivo de Trabalho de Imprensa (CTP, pela sigla em espanhol).

No comunicado, a agremiação destaca que desde dezembro, quando Mauricio Macri assumiu a presidência do país, mais de mil jornalistas já foram demitidos só em Buenos Aires. Cerca de seis por dia. Segundo a Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa, já passam de 2.500 jornalistas demitidos no restante do país.

O caso mais emblemático certamente é o do jornalista Victor Hugo Morales, que depois de trabalhar por anos na mesma rádio, e fazer críticas ao governo de Macri, foi demitido minutos antes de iniciar seu programa. Ele não teve oportunidade sequer de se despedir de seus fieis ouvintes.