Mulher e filha culpam Cunha por contas suíças; ele diz que é do truste

A estratégia de defesa da família Cunha parece ser a de preservar a família e jogar toda a responsabilidade nos ombros do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cunha mulher e filha - Reprodução

Em depoimentos prestados à força-tarefa da Lava Jato no dia 28 de abril, a mulher de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e sua filha, Danielle Dytz, culparam o deputado afastado pelas contas movimentadas pela família na Suíça.

Cláudia disse que a conta batizada de Kopep “foi aberta única e exclusivamente para custeio dos filhos no exterior” e que “não declarou as contas às autoridades brasileiras porque quem era o responsável por isso” era Cunha.

Danielle, por sua vez, afirmou que era financeiramente dependente do pai e que “presumia que o dinheiro que mantinha o alto padrão de vida da família era proveniente do patrimônio da atividade anteriormente desenvolvida” pelo peemedebista.

Como uma das contas está no nome de Cláudia e tem Danielle como beneficiária, o caso foi enviado ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Eduardo Cunha, por sua vez, disse que as contas não são dele, mas do truste. Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, dia 19 de maio, ele disse que não tem contas bancárias na Suíça eram truste (modalidade de investimento em que o proprietário transfere os recursos a uma pessoa responsável por geri-lo).

“Evidentemente existia o truste, do qual o patrimônio não me pertence. Nunca fui autorizado a movimentar a conta bancária nem sequer dispor dos bens. Considerar isso como conta bancária igual a qualquer uma, que você assina o cheque e saca, ou o banco assina a sua ordem, é absurdo”, indignou-se.

E acrescentou: “Não existe nenhum elemento de prova que eu seja titular, proprietário, dono da conta, possa movimentar a conta. Eu não detenho conta da minha titularidade e não detenho patrimônio que naquele momento estivesse sob minha propriedade”.