Políticas neoliberais destroçam era de avanços e inclusão no país

Com o anúncio nesta segunda-feira (24) de que o governo interino Temer não abrirá novas vagas no Pronatec, Fies e ProUni, um ciclo de nação alicerçada na soberania, educação e inovação tecnológica se encerra no Brasil e abre precedentes aos retrocessos semelhantes ao desmonte educacional promovido nos anos 90 por Fernando Henrique Cardoso.

Por Laís Gouveia

Pacote neoliberal Temer: Fim do Fies, ProUni e Pré-sal para educação

A nomeação de Mendonça Filho (DEM-PE) no ministério da educação (MEC) já indicava o interesse de Michel Temer em suspender o avanço à democratização do acesso ao Ensino Superior. O novo ministro, filiado ao DEM, é a representação do conservadorismo de um partido que entrou com ação no STF em 2009, contra as cotas sociais nas universidades. Para tornar o quadro mais complexo, Maurício Costa Romão, economista ligado à rede de ensino privada, foi nomeado na semana passada para para a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC.

À beira do abismo

As medidas adotadas por Temer na área da educação finalizam um momento que o país, de forma inédita, promoveu a inserção social através da democratização no ensino superior. Apesar do percentual de jovens inseridos no ensino superior ainda serem, em sua maioria, brancos e com alto poder de renda, os números comprovam que as ações afirmativas trouxeram uma expressiva camada, antes marginalizada, às salas de aula.

Os gráficos abaixo demonstram o salto do Brasil no investimento em educação e inserção social no Ensino Superior:

Gastos do Produto Interno Bruto (PIB) com Educação

Ajustes no Fies e ProUni: O fim do combate ao desenfreado mercado das universidades privadas

Apesar das críticas sobre os programas de bolsas beneficiarem o grande empresariado das universidades privadas, a presidenta Dilma explicou a respeito da importância dos mecanismos para a fiscalização de muitas universidades sucateadas, que não forneciam o mínimo de qualidade na grade curricular e infraestrutura para a formação acadêmica do estudante. "Na escala de 0 a 5 de fiscalização do MEC, muitas universidades tinham conceito 2 e tinham benefícios do governo, então arrumamos isso. Demos uma boa ajustada no Fies, ano passado conseguimos gerar bolsas para 906 alunos, assim como também fizemos ajustes no ProUni", declarou a presidenta à revista Carta Capital.

A contratação de Romão no MEC vai contra as políticas de fiscalização implementadas por Dilma. "É no mínimo agressão à inteligência achar que o representante dos privatistas vai regular e fiscalizar a rede privada. Esses golpistas tomaram os instrumentos de estado para utilizá-los segundo seus interesses", denunciou a presidenta da Confederação dos Trabalhadores em estabelecimentos do Ensino Privado (Contee), Madalena Guasco.

Do Portal Vermelho