Contra sucatamento, já são 150 escolas ocupadas em Porto Alegre

A ocupação de escolas no Rio Grande do Sul já dura mais de 15 dias, somando mais de 150 unidades de ensino ocupadas em todo o estado, conforme o Sindicato dos Professores. Junto a isso, nesta segunda-feira (23) a greve do magistério entra em sua segunda semana. A Secretaria Estadual de Educação diz que monitora as ocupações, mas não divulga números.

Já são mais de 150 escolas ocupadas em Porto Alegre - RBS
Os alunos e os professores do colégio Paula Soares reclamam das constantes infiltrações do prédio. Em alguns locais, relatam, chove como se fosse na rua. Uma das salas amanheceu alagada depois da chuva forte do fim de semana, molhando as classes novas, que não têm um ano de uso.
"Os corrimãos das escadas estão dando choque, a escola está sem coordenadoria, sem soi, e faz dois meses que não recebe o repasse do governo estadual", diz o presidente do grêmio estudantil, Sérgio Campos

Problemas de infraestrutura também são a principal reclamação dos estudantes do Colégio Protásio Alves, também na capital, no bairro Azenha. Cerca de 30 alunos ocupam o prédio desde domingo (15). "A própria entrada da escada ainda não foi reformada, ela pode desabar a qualquer momento, a gente não tem segurança alguma", diz a estudante Ana Paula Santos. Ela acrescenta que o terceiro andar está interditado, com sete turmas fechadas, e que além disso chove no ginásio e em salas de aula.

Apoio 

O Festival Cultural organizado pelos manifestantes ocorreu neste domingo (22) no Colégio Estadual Protásio Alves, em Porto Alegre, e teve como objetivo principal mostrar às autoridades uma versão de escola ideal projetada pelos alunos, farta em atividades culturais. Ao todo, 13 atrações musicais confirmaram presença no evento que se iniciou às 15h30min e entrou noite adentro.

"Esse festival mostra como é a escola que queremos. Não temos essa cultura no dia a dia, ninguém pergunta a nossa opinião para nada. Estamos provando também que ocupação não é bagunça", contou Ana Paula de Souza dos Santos, uma das organizadoras da ocupação no Colégio Protásio Alves

Vitória

A reintegração de posse da Ocupação Lanceiros Negros no Centro de Porto Alegre foi suspensa na manhã desta terça-feira (24) após o deferimento de uma liminar. A Brigada Militar, que estava preparada para cumprir ordem da Justiça, se desmobilizou e desbloqueou as ruas General Câmara e Andrade Neves que ficam próximas ao prédio, abandonado há 10 anos.

A população saiu às ruas para comemorar a vitória da ocupação. Confira: