Mulheres recusam secretaria de Cultura de governo golpista

Em meio a manifestações contrárias a extinção do Ministério da Cultura (MinC) e a falta de representatividade feminina na composição de seu governo, Michel Temer tenta "unir o útil ao agradável" e sonda algumas mulheres para ocupar uma secretaria nacional de Cultura ligada à Presidência da República que pretende criar como forma de suavizar as críticas. Mas até agora cinco mulheres recusaram a proposta.

Não à extinção do MinC

As recusas vieram de Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e da atriz Bruna Lombardi que por meio de sua assessoria de imprensa, divulgou nota afirmando que negou convite. "Fiquei agradecida pelo convite, mas não tenho pretensões políticas e estou totalmente envolvida com meus projetos profissionais", justificou Lombardi, que está em Los Angeles (EUA).

Segundo a imprensa, a apresentadora Marília Gabriela também teria sido convidada e recusado o convite para a pasta no último fim de semana. Tanto Bruna Lombardi quanto Marília Gabriela teriam sido sondadas pela senadora  Marta Suplicy (PMDB-SP).

Duas mulheres destacadas do meio cultural usaram as redes sociais para informar a recusa e também o constrangimento de terem sido sondagens para assumir a secretaria de um governo golpista. A consultora de projetos culturais e coordenadora de curso de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV)), Eliane Costa postou que não trabalha para "governo golpista" e que não será "coveira do MinC". A antropóloga cearense Cláudia Leitão publicou nota afirmando que respondeu com um "sonoro não" ao contato de aliados de Temer para comandar a secretaria.