Participação em ministério de Temer gerou desconforto no PSB

A nomeação do deputado federal Fernando Filho (PSB-PE) para o Ministério das Minas e Energia causou desconforto dentro do PSB, cuja direção nacional já havia decidido que não ocuparia cargos na gestão de Michel Temer (PMDB-SP).

Fernando Filho

O governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do partido, Paulo Câmara – que já havia anunciado posição contrária à ocupação de cargos – foi um dos que externaram o incômodo, ainda antes da posse do ministro.

“Criar desconforto, cria. Sobre punição, cabe à Executiva Nacional se pronunciar. Evidentemente, como filiado ao PSB, respeito as decisões do partido. É importante que todos os filiados também respeitem”, declarou, na quinta-feira (12).

De acordo com ele, diante da decisão da Executiva Nacional do PSB, o convite a qualquer militante do partido para a gestão Temer, entraria na “na cota pessoal", do PMDB.

Para a senadora Lídice da Mata, que votou contra o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, o PSB está dividido em relação ao governo Temer. Ela também destacou a decisão da Executiva do partido de “não indicar, nem chancelar” o nome de ninguém para o governo Temer.
“Então, se alguém participar, é com representação de algum outro fórum do partido, provavelmente da bancada. Eu manterei minha posição, que é coerente com os princípios partidários. Votarei de acordo com minha consciência”, disse a senadora, se colocando como oposição à gestão Temer.

Na última semana, o PSB de Pernambuco encerrou a aliança que mantinha com o PSDB e o DEM no estado, desde 2014. Depois de anunciadas as pré-candidaturas do deputado federal Daniel Coelho (PSDB) e da deputada estadual Pricila Krause (DEM) à Prefeitura do Recife, Paulo Câmara decidiu solicitar que as siglas entregassem seus cargos na gestão estadual. Isso porque o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB) tentará a reeleição.

O afastamento das legendas pode ter impactos sobre o cenário eleitoral de 2018. A coalizão havia sido costurada pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que faleceu durante a pré-campanha presidencial de 2014.

Após a tragédia, a aliança no âmbito estadual terminou tendo um papel importante na decisão de o PSB apoiar a candidatura ao Planalto de Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno. Atualmente, tanto Aécio quanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, articulavam uma aproximação com o PSB, de olho na disputa de 2018.