Gilmar vai relatar inquérito sobre Aécio, e Toffoli, sobre Cunha

Lideranças políticas e sociais dos mais diversos setores têm apontado que um dos objetivos do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff e a democracia era o de barrar as investigações da Operação Lava Jato – que até agora só mirou o PT. Nesta quarta-feira (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que o ministro Gilmar Mendes será o relator do processo que pede a abertura de inquérito para investigar o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), sobre corrupção a Furnas.

Gilmar Mendes

Já o ministro Dias Toffoli, foi sorteado para ser o relator do processo contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Gilmar mendes tem assumindo na Corte o discurso político de oposição ao governo. Mas muito além das palavras, Mendes já foi flagrado almoçando com o senador José Serra (PSDB-SP) e com o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, pouco antes da decisão que acatou a liminar que suspendeu a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

A decisão sobre os processos de Aécio e Cunha vieram depois que o ministro Teori Zavascki informou que entendeu que os dois casos não tinham relação com o esquema de corrupção na Petrobras, investigados na Operação Lava Jato, e enviou os pedidos para o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, determinar sorteio para novo relator. Teori seguiu a teses defendida pelo procurador-geral República, Rodrigo Janot.

A procuradoria também pediu o desarquivamento da citação feita por Alberto Yousseff sobre Aécio. O doleiro disse que o tucano dividia uma diretoria de Furnas com o PP e que ouviu isso de José Janene. Segundo o doleiro, o senador recebia valores mensais, por meio da irmã, por uma das empresas contratadas por Furnas.

Ainda segundo a procuradoria, a delação de Delcídio e elementos de convicção dela decorrentes "constituem indubitavelmente provas novas a exigirem o desarquivamento menção feita por Yousseff".