Tucano é quem vai relatar projeto contra Dilma no Senado; sem isenção 

Com cinco votos contrários, Anastasia foi escolhido o relator. Os governistas destacaram que o PSDB foi quem assinou o pedido de impeachment, portanto não podia ter um de seus membros como relator do processo, justificando o voto contrário das senadoras Vanessa Grazziotin (AM), Gleisi Hoffmann (PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE).

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que mais cedo foi aclamado presidente da comissão, deixou claro a sua posição contrária a todas as contestações dos governistas. Ele negou duas questões de ordem das senadoras Vanessa e Gleisi, que alegaram que Antonio Anastasia não tinha a isenção necessária para ser relator, e pediram a suspeição do senador tucano para relatar o processo de admissibilidade. As senadoras recorreram ao plenário da comissão, mas o plenário também rejeitou os recursos das senadoras .

O senador Humberto Costa destacou que “nós temos, como praxe, que o Presidente ou o Relator sejam integrantes da maior Bancada, e o Presidente ou o Relator sejam integrantes da segunda maior Bancada. No Senado, nós temos o PSDB e o PT com o mesmo número de senadores na sua bancada”, acrescentando que o “PT, no entanto, entendeu que, nós, que temos a Presidenta que está sob julgamento – não seria adequado que tivéssemos o Relator, como também não faz sentido que o PSDB, que patrocina esta causa, cujo advogado é parte integrante do grupo de denunciantes junto à Câmara dos Deputados, tenha a função e o papel de ter a relatoria. Uma Comissão assim começa mal, começa muito mal”, avaliou. 

Após a escolha do relator, foi discutido o calendário de atividades da comissão. O presidente Raimundo Lira informou que o relatório do senador Antonio Anastasia deve apresentado na quarta-feira (4 de maio) e ser votado na sexta-feira (6).