Fernando Morais: Sou, de novo, um branco forro

Acabo de ser alforriado pelo Mark “arroto de fanta” Zuckerberg.

Por Fernando Morais*, em seu perfil no Facebook depois da censura

Fernando Morais - Arquivo pessoal

A censura imposta desde domingo à noite [17] ao “Foicebook” foi suspensa há poucos minutos. por instância do Keffin Gracher, responsável pela comunicação digital do governo federal, um diretor do Facebook me ligou para informar que a censura tinha sido imposta a partir de uma denúncia de postagem de nudez. Respondi que eu não postei nada referente a nudez. Ele explicou que o fato teria ocorrido no começo de 2015 e provavelmente terá sido provocado por um spam. A explicação não me convenceu, mas como se tratava de pessoa polida e gentil – e como, na verdade, eu estava mesmo interessado era em poder voltar ao ar – aceitei assim mesmo.

A revogação da censura é, estou certo, resultado da gritaria feita aqui mesmo, no Facebook. Não fosse isso, eu iria penar um mês de silêncio obsequioso.

Não dá para agradecer a todos, um por um, que me estenderam a mão. Mas não posso deixar de beijar o anel dos dois primeiros a abrirem suas páginas para mim, os jornalistas Lucas Figueredo e Renato Rovai, da revista Fórum. Além deles, ainda no domingo me procuraram o Rogério Sotilli, secretario de direitos humanos do governo federal, e o advogado Samuel Mac Dowell de Figueiredo, que se ofereceu, pro bono, para acionar o Facebook na justiça federal, por infringir a constituição brasileira.

Por último, mas não por menos importante: o episódio encheu muito o meu saco. Convivi com a censura da noite de 13 de dezembro de 1968, quando foi editado o Ato-5, até o dia 2 de junho de 1976, quando os censores deixaram as redações da grande imprensa. Não tenho mais idade nem paciência para censor. Para evitar novos dissabores talvez eu tenha que seguir o conselho de amigos e começar a migrar do Facebook para um blog.

Obrigadíssimo a todos.

Ps.: Só para não esquecer, a família Marinho e as organizações Globo são inimigas do Brasil e dos brasileiros e assim devem ser tratadas.