Alckmin exonera secretários apenas para votarem pelo impeachment

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), exonerou seis dos seus secretários estaduais para que eles reassumam seus mandatos como deputados para votarem favoravelmente ao pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff aberto na Câmara. Os secretários exonerados já foram denunciados por envolvimento em crimes de corrupção.

Secretários de Alckmin

Os secretários da Agricultura, Arnaldo Jardim (PPS); da Habitação, Rodrigo Garcia (DEM); do Turismo, Roberto de Lucena (PV); da Casa Civil, Samuel Moreira; de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, e do Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (todos do PSDB), foram sendo desligados desde o início deste mês.

Secretários já foram denunciados por envolvimento em crimes de corrupção

Da mesma forma que a comissão especial do impeachment tinha deputados envolvidos em escândalos de corrupção, parte dos secretários de Alckmin também tem seus nomes ligados a denúncias. Arnaldo Jardim (PPS) e Duarte Nogueira (PSDB) – que já foi secretário da pasta hoje coordenada por Jardim – foram citados em delações feitas às Operação Alba Branca que investiga o esquema de superfaturamento na compra de merenda para as escolas estaduais de São Paulo. Ambos seriam destinatários de propinas.

O secretário Rodrigo Garcia foi acusado pelo diretor da Siemens Everton Rhenrheimer de receber propinas no esquema de cartel feito por empresas para dividir e superfaturar licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O diretor não foi capaz de apresentar provas e a Procuradoria-Geral da República determinou a oitiva de testemunhas.

Os depoentes, no entanto, eram todos ligados aos governos tucanos de São Paulo: O ex-secretário de Transporte de São Paulo e atual presidente do Metrô, Jorge Fagali Neto, o ex-prefeito de Mairiporã (SP) Silvio Antônio Ranciaro (PSDB), o ex-diretor da CPTM Antonio Kanji Hoshikawa e o ex-presidente da companhia de trens Mário Bandeira. Esses últimos foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal (PF) por fraude em licitação da CPTM, em dezembro de 2014. Como todos os declarantes negaram as acusações sobre Garcia, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do caso.