Ato no aeroporto abre semana de atividades contra golpe no Ceará 

Um grande ato público para sensibilizar a população para a luta contra o golpe, no começo desta semana decisiva de mobilização em favor da democracia e da liberdade. Assim foi a manifestação realizada na madrugada desta segunda-feira (11), no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, no Ceará, reunindo centenas de participantes e dezenas de movimentos sociais, entidades, associações e representantes de vários setores, com esforços conjugados na Frente Brasil Popular.  

Ato no aeroporto abre semana de atividades contra golpe no Ceará

Com entusiasmo, alegria e bom-humor, os participantes do ato público chamaram atenção e foram recebidos com simpatia pela maioria dos passageiros, aeroportuários e aeroviários, que gritaram junto palavras de ordem como "A luta é agora, o golpe não decola" e "Não tem golpe não, o pobre agora pode andar de avião".

A manifestação, iniciada às 4h30 da madrugada, mostrou a grande mobilização dos cearenses, que contam com agenda cheia, nesta semana decisiva, com realização, todos os dias, de atos contra o golpe e pela liberdade.

No aeroporto os participantes divulgaram o calendário de mobilização, que inclui, ainda nesta segunda-feira, às 17h, na Praça da Gentilândia, em Fortaleza, assembleia popular, com tribuna livre para que os cearenses digam por que são contra o golpe e assistam, via telão, à transmissão de ato público que acontecerá no Rio de Janeiro, com participação de artistas como Chico Buarque e lideranças como o ex-presidente Lula.

Portando faixas, cartazes e camisetas com referência à defesa da democracia e à união popular contra a tentativa de golpe, os manifestantes dialogaram com os passageiros nas proximidades do portão de embarque, somando forças na defesa do estado democrático de direito e da soberania do povo brasileiro.

Funk e Beth Carvalho

Não faltou criatividade à manifestação, com muitas músicas em referência ao momento decisivo de luta. "Vai impeachmar a Dilma? Não, não. Vou apoiar", cantaram os participantes, em ritmo de funk.

O samba "Não vai ter golpe", composto por Beth Carvalho, também foi entoado a plenos pulmões pelos participantes, abrindo a semana com música e mobilização: "Não vai ter golpe de novo. Reage, reage, meu povo".

Ao final do ato público, a certeza de que a população cearense diz "não" ao golpe, pela defesa da democracia e pela continuidade de conquistas como os avanços sociais, a geração de emprego e renda, a diminuição das desigualdades, que permitiu a mais gente simples, do povo, frequentar aeroportos, antes exclusivos dos segmentos economicamente privilegiados. "O povo na rua, golpista recua". Foi apenas o começo da semana de luta contra o golpe e pela liberdade.

Amor contra o ódio e contra o golpe

O presidente da CUT-CE, Will Pereira (foto) conclamou a população a usar o amor como instrumento contra o ódio e contra o golpe. "Vamos para o diálogo, em favor da democracia, nesta semana decisiva", ressaltou.

"É uma imensa alegria ver tantos cidadãos e cidadãs cearenses que estão passando neste momento no aeroporto defendendo a democracia, nesta semana em que temos que intensificar a mobilização", afirmou.

Eliseu Rodrigues, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), destacou o acesso popular à educação como uma das conquistas dos governos Lula e Dilma a serem preservadas com a luta contra o golpe das forças conservadoras de direita. "Hoje o filho do pobre chega à universidade e o trabalhador está mais consciente. Por isso não vai ter golpe", apontou.

Silvia, militante pelos direitos do segmento LGBT, enfatizou que impeachment sem base legal é golpe. "O povo brasileiro sabe disso, e não vai permitir que aqueles que perderam a eleição tentem ganhar à base de golpe".

Paulo Henrique, representante do MST, também discursou contra o golpe. "Essa é uma semana decisiva pra classe trabalhadora. Por isso vamos firmes na luta, para defender a democracia".

Edgar Neto, presidente da União da Juventude Socialista(UJS) no Ceará, ressaltou o protagonismo juvenil na luta contra o golpe e pela democracia. "O jovem hoje tem direito a estar na universidade. Isso não foi à toa. Foi conquistado com muito suor. Por isso vamos defender".

Enedina Soares, presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), frisou que o verdadeiro propósito por trás do golpe é a luta entre capital e trabalho. "Por isso vamos pra rua pra defender a democracia e pra ser contra as tentativas que estão fazendo de institucionalizar o trabalho infantil no Brasil, liberando trabalho a partir de 14 anos de idade".

Germana Amaral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, destacou que o povo cearense vai para as ruas todos os dias nesta semana, em defesa da democracia. "Vamos defender sem fraquejar as conquistas sociais, que aqui no Nordeste sabemos muito bem como são importantes. Não vai ter golpe. Vai ter luta todo dia".