Lucia: É preciso ampliar a participação da mulher e respeitá-la

Neste 8 de março, a Rádio Vermelho conversou com a professora da PUC-GO Lucia Rincon, que também é coordenadora nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM). Ela comentou sobre a representação da mulher nas novelas, na publicidade e também sobre a ampliação da participação feminina na política.

Por Eliz Brandão

Lucia Rincon

Em seu livro, publicado pela Editora Anita Garibaldi, Lucia Helena Rincon Afonso dedica-se ao tema “imagem de mulher e trabalho na telenovela brasileira”. Para a Rádio Vermelho, Lucia explicou que apesar das novelas serem uma ficção, elas têm um poder de envolvimento emocional enorme e tratam a mulher reforçando o papel conservador da sociedade. “As imagens, majoritariamente, não correspondem a possibilidades e à realidade concreta da maioria das pessoas, elas correspondem a um imaginário criado sobre o que é ser mulher na nossa sociedade. Há um papel que nos é atribuído e majoritariamente, reforçando o papel conservador de manutenção das mulheres na situação de exploração e de dominação do patriarcado. É importante que estejamos atentos e atentas para que as leituras dessas imagens possam ser feitas de forma crítica”.

| “Aquilo que nos parece como entretenimento é algo que nós absorvemos sem até nenhuma crítica, como fosse uma distração e vamos incorporando isso como valores em nosso cotidiano”. |


Publicidade

Lucia ressaltou ainda as propagandas de televisão em que muitos produtos e marcas desqualificam o papel da mulher na sociedade. “Nessa sociedade patriarcal o papel da mulher é subestimado, e mantido apenas nos aspectos de prestação de serviços sexuais, na sua grande maioria. E a mulher é alguém ‘que serve para embelezar’. E isso não corresponde à vida da maioria das mulheres que estão no mundo do trabalho, em número significativo, inclusive, concorrendo percentualmente, já em quase a metade da população com registro em carteira”, disse.

| “São estereótipos usados para reafirmar uma imagem daquilo que não é a realidade concreta das mulheres e que não contribui para a construção da nossa emancipação, as imagens de pessoas que não estão objetivamente fazendo sua contribuição social. A utilização da beleza de forma pejorativa.” |

 
Ampliar a participação da mulher e respeitá-la

A coordenadora nacional da UBM falou ainda da situação política atual e sobre o lançamento da nota da entidade que aponta que “é preciso respeitar as mulheres no poder, é preciso respeitar um processo democrático que garanta a participação de homens e mulheres”.
 

Em defesa da democracia e mais poder para as mulheres

“Quando nós falamos, respeitar as mulheres no poder, nós queremos dizer que é preciso respeitar àquela que hoje representa o maior poder para as mulheres em nosso país que é a presidenta Dilma Rousseff, eleita num processo democrático, nesse momento político que atravessamos, a UBM conclama as mulheres para que estejamos defendendo a democracia que é um espaço que garantimos as nossas conquistas.”

Ouça a íntegra da entrevista abaixo: