Wagner Gomes: Se retirarem direitos, metroviários entrarão em greve

“O metrô da cidade de São Paulo, do ponto de vista da administração e construção de suas vias, sempre foi uma grande caixa preta”. A afirmação é do diretor da Central dos trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e metroviário, Wagner Gomes. O sindicalista diz, que além do processo de privataria e corrupção que já é praxe, trabalhadores estão perdendo direitos estratégicos garantidos em acordos e que, com tal cenário, possivelmente a categoria entrará em greve.

Wagner Gomes: Se retirarem direitos, metroviários entrarão em greve

Wagner considera que o governo estadual resolveu retomar algumas medidas unilaterais contra os acordos da categoria. “Temos uma combinação coletiva de que o pagamento é efetivado no dia 30 de cada mês, daí a empresa que efetua a remuneração diz que só irá pagar no 5º dia útil, refletindo em uma defasagem de salário. O adiantamento quinzenal passou do dia 15 para o dia 20 de cada mês. O pagamento da participação dos resultados sempre foi efetivado de uma vez, a administração do metrô que pagar aos trabalhadores em 3 parcelas. Estamos em diálogo há 3 meses e realizaremos uma assembleia na próxima segunda-feira (29), que pode deflagrar uma greve, pelo não cumprimento dos acordos. Não estamos reivindicando nada além dos nossos direitos, se não pautarmos agora, será corriqueiro retirar direitos dos trabalhadores”, avalia.

Oportunismo político e corrupção

Sobre a expansão lenta do metrô, Wagner diz que não só a corrupção é responsável pelo o quadro de saturação das linhas, mas também a falta de inciativa política. “O metrô, que começou a ser construído em 1969 e inaugurado em 1974, tinha como meta atingir em 2016 a marca de 369 quilômetros e chegou em apenas 90 de extensão. Essa defasagem se justifica também pelos governantes saberem que não irão ver as obras inauguradas em suas gestões, então, por razões oportunistas, deixam em segundo plano as obras de expansão. E para piorar o quadro, os tucanos mentem em suas campanhas eleitorais. Se for somar a quantidade de quilômetros que eles dizem que construíram em seus mandatos, daria para chegar em Belo Horizonte. Com certeza, essa não é a realidade”, concluí.

Em manifestação que ocorreu nesta quinta-feira (25) na estação da Sé, os metroviários denunciam que que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), deixou de repassar R$ 255 milhões, correspondente aos passageiros com gratuidade, à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) em 2014 e 2015.