Secretário diz que todas as escolas de SP terão grêmios estudantis

Em um contexto em que mais de 1.000 salas de aula estão sendo fechadas e um escândalo de corrupção envolvendo tucanos em máfias de licitações de merenda, o recém nomeado secretário de educação, José Renato Nalini, afirmou nesta segunda-feira (15), que todos os colégios do estado terão Grêmio Estudantil e ainda estabeleceu como ocorrerá o processo, “serão escolhidos por voto direto e secreto dos alunos das unidades”, disse.

Secretário diz que todas as escolas de SP terão grêmios estudantis

O secretário ainda argumentou que “a figura do grêmio estudantil está em bom número da rede estadual. É um instrumento transformador nas unidades em que atua. Os próprios jovens, porém, apontam problemas no formato de eleição dos representantes das agremiações".

A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Angela Meyer, considera que a declaração do secretário de Educação tem que ser analisada com cuidado. “A Lei do Grêmio Livre já garante o direito de qualquer estudante se organizar em seu colégio e os percalços encontrados pelos alunos neste processo vem, justamente, porque as diretoras das escolas (indicadas pelo governo estadual) não permitem a livre organização dos estudantes”, afirma.

Angela diz que a Upes está atenta para que as ações do secretário, José Renato, não sejam apenas mais uma tática do governo Alckmin para ter controle sobre as eleições do grêmio e o posicionamento dos estudantes, tendo em vista que, na movimentação de ocupação contra o plano de reorganização de Alckmin, que ocorreu no final de 2015, o ex-secretário de educação, Herman Voorwald, declarou algumas vezes que, quem se opunha ao plano de reorganização, possuía vinculo ideológico e partidário.

O governo Alckmin foi duramente criticado pela truculência da Polícia Militar e o não diálogo estabelecido com a comunidade escolar durante a movimentação dos estudantes contra o projeto de reorganização da rede estadual de ensino, que pretendia fechar 93 escolas em todo o Estado. Após intensa mobilização e grande repercussão nacional negativa, o governador foi obrigado a recuar e cancelar a implementação do plano em 2016.