Requião: Ódio é utilizado como instrumento de liquidação do Brasil

Em entrevista ao Brasil 247, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o combate à corrupção que se instalou no país a partir da Operação Lava Jato está sendo utilizado pela oposição e por setores ligados ao poder econômico para retirar conquistas de desenvolvimento que o Brasil obteve nas últimas décadas.

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“O ódio ao PT está sendo utilizado como um instrumento de liquidação de um projeto nacional”, afirma. Esse projeto de destruição está diretamente relacionado à quebradeira das construtoras brasileiras, atingidas em cheio pelas implicações da Lava Jato, assim como a indústria naval, que já demitiu mais de 10 mil trabalhadores.

Requião lembra também que, no esteio da crise, em grande parte provocada pelo combate à corrupção, estão sendo apresentados projetos que darão ainda mais poder ao capital financeiro, em detrimento do estímulo ao trabalho. Entre eles estão o que pretende dar independência total do Banco Central, defendido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de privatização de estatais que ameaça um patrimônio de R$ 4,5 trilhões, proposto pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), e de leis que precarizam as relações de trabalho. “O que estamos propondo é uma aliança do capital produtivo e do trabalho contra o liberalismo econômico”, afirma.

Segundo Requião, o projeto que ele está pondo ao debate pretende frear a onda de ações pautadas no liberalismo, que estão indo na onda da crise. Para ele, as denúncias envolvendo o PT estão sendo utilizadas para se conseguir uma espécie de “autorização da população” para retirar ainda mais direitos dos trabalhadores. “É evidente que ninguém se opõe à prisão de corruptos. Mas está se utilizando esse fato para se conseguir uma indulgência, uma autorização da população para destruir um projeto de desenvolvimento nacional”, afirmou.

O senador do PMDB criticou a “seletividade” nas investigações de corrupção no Brasil. Embora apoie a investigação e o combate aos agentes que praticarem ilícitos, ele lembra que há diversos indícios envolvendo o PSDB e outros partidos de oposição ao governo que não estão recebendo a mesma atenção do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Como exemplo, ele citou as denúncias envolvendo Furnas Centrais Elétricas, recentemente relembrada pelo lobista Fernando Moura, que apontou o senador Aécio Neves (PSDB) como beneficiário de um terço da arrecadação de propina na estatal, e os casos envolvendo o governo do tucano Beto Richa (PSDB) no Paraná.

“Tem que haver uma resistência à destruição de um projeto nacional”, finalizou.