Promotor usou Veja para intimar Lula e agora avisa o dia pelo Estadão

Com base nas ilações do tribunal da grande mídia e mesmo sem ter uma única prova material que revele um indício de que se trata de alguma ilegalidade, o promotor de Justiça de São Paulo Cássio Conserino – que foi destaque das páginas da Veja no último fim de semana, decidiu intimar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia para depor em investigação sobre um apartamento no Guarujá, litoral de São Paulo.

Promotor Cássio Conserino e Veja: Mais um factóide - Brasil 247

Como tem feito muitos ditos “promotor” no país, Conserino usou as páginas da Veja para intimar o ex-presidente. Sem apresentar provas, apenas ilações, ele disse ter “indícios suficientes” para apresentar denúncia contra Lula pelo crime de ocultação de patrimônio em relação ao apartamento.

Agora segundo reportagem do blog de Fausto Macedo, do Estadão, o promotor volta a utilizar a mídia para informar o dia que está agendado o depoimento de Lula e sua esposa Marisa, agora como investigados. Segundo a matéria, o depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro, no Fórum da Barra Funda, na capital, e será a primeira vez que Lula e Marisa vão depor como investigados.

O imóvel, no entanto, não pertence a Lula, que apenas comprou uma cota no empreendimento do litoral paulista, devolvida à construtora OAS no fim do ano passado, conforme informou à imprensa. Além disso, a citada cota foi devidamente declarada no seu imposto de renda, diferentemente de Eduardo Cunha, por exemplo, que não declarou suas cinco contas na Suíça.

Diante da escancarada ilegalidade, o Instituto Lula divulgou nota afirmando que Conserino "violou a lei e até o bom senso" ao anunciar pela imprensa que apresentaria uma denúncia antes de fazê-lo oficialmente e antes de ouvir a defesa. "Os advogados do ex-presidente examinam as medidas que serão tomadas diante da conduta irregular e arbitrária do promotor", informou a assessoria.

Com base em depoimentos do tipo “me disseram que fulano falou que ciclano teria dito que Lula era o dono do apartamento. Por isso, para o promotor o imóvel pertence a Lula porque, segundo Conserino, há indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do apartamento. Ainda de acordo com ele, todo esse “indício” caracteriza crime de lavagem de dinheiro.