Jô Moraes diz que Fórum fortalece luta e defesa das conquistas sociais

A deputada federal pelo PCdoB de Minas Gerais, Jô Moraes, lembrou que existe uma ofensiva conservadora para desconstruir as conquistas, alimentar a intolerância e levar à perda de perspectiva. Ela foi convidada do Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre para debater nesta quinta (21) o tema Democracia, Direitos e Diversidade – luta e resistência.. Jô reafirmou a importância do Fórum como espaço de articulação e resistência dos movimentos sociais do mundo.

Jô Moraes, deputada federal PcdoB MG no Forum Social Mundial temático 2016 - Arquivo Pessoal
Ela lembrou que os maiores financistas estão reunidos no Fórum Econômico Mundial em Davos "para conspirar contra os povos e os trabalhadores. Cabe a nós mantermo-nos reunidos e articulados para conspirar contra eles", disse a deputada. A questão surgiu por conta de a permanência e a continuidade do Fórum terem sido questionadas em algumas mesas.
Na opinião da deputada o foco dessa ofensiva tem sido o núcleo da democracia política que é o voto popular, com a proposta de impeachment da presidenta, e as conquistas de direitos civis. Ela complementou dizendo que a Câmara dos Deputados foi espaço privilegiado para as ações de retiradas de direitos.
Conquistas ameaçadas

Jô citou o PL 5069/13, de autoria do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que criminaliza o que a lei já permite como a interrupção da gravidez pelo risco de vida da mãe. Mencionou o Projeto de Lei do Estatuto da Família e a negação do casamento homoafetivo e o projeto conhecido por Bolsa Estupro, que cria facilitações para que o criminoso ou o estado paguem uma ajuda financeira para a vítima.

“Nessa onda obscurantista, teve relevância os ataques contra conquistas feministas que já tinham sido incorporadas ao aparato legal brasileiro. Merece destaque a absurda articulação para tirar, do texto do Plano Nacional de Educação e de suas expressões municipais a palavra "gênero" ”, enumerou Jô. Ela atacou ainda a “ideologia de gênero”, que se configura, na opinião da deputada, em “verdadeira fraude intelectual sobre o termo, para dar sustentação a seus ataques”. 
Jô, que também foi a primeira presidenta da União Brasileria de Mulheres (UBM) também definiu como “vexame histórico” a Câmara Municipal de Campinas, em São Paulo, aprovar uma moção contra a feminista francesa Simone de Beauvoir, 30 anos depois de sua morte, por ter sido citada na proposta de tema da redação do ENEM.
Empoderamento
Para Jô Moraes a hora é de manter conquistas e empoderar as mulheres. “Este empoderamento exige que as mulheres conquistem sua emancipação individual, sua independência econômica, sua representação política, o controle sobre seu destino, sobre sua sexualidade, sobre seu direito de ir e vir. E com isso possam se incorporar, com protagonismo, à luta transformadora pela superação da sociedade capitalista”, defendeu a deputada. 
 
Na opinião dela, o ano eleitoral traz o grande desafio de defender a democracia e o voto popular, impedindo o impeachment da presidenta Dilma. “Ao mesmo tempo, é necessário derrotar os projetos de lei obscurantistas da Câmara dos deputados, interrompendo sua tramitação. E concentrar esforços na eleição de mulheres para prefeitas e vereadoras”, ressaltou Jô.    
 
“A primavera das mulheres brasileiras teve seu gesto inaugural com as manifestações de rua contra o PL 5069 de Eduardo Cunha. Continuará com outras manifestações que virão contra o impeachment e por direitos. E culminará com a ampliação de sua presença nas prefeituras e câmaras municipais”, concluiu a deputada. 
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