Serra Leoa volta a registrar morte por Ebola após fim de epidemia

O governo de Serra Leoa anunciou que 109 pessoas foram postas em quarentena na sequência da confirmação de um novo caso de Ebola no país.

Ebola

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou na sexta-feira (15) a morte de uma estudante de 22 anos em Serra Leoa com Ebola, um dia depois de ter anunciado o fim da epidemia na África Ocidental.

Segundo as autoridades do país, as 109 pessoas postas em quarentena estiveram em contato com a vítima antes de a estudante ter morrido, e a situação de 28 delas é considerada de "alto risco". Três pessoas que estiveram em contacto a vítima ainda não foram localizadas, revelou Ishmael Tarawally, coordenador do Departamento de Segurança Nacional da Serra Leoa.

"Estamos preocupados com este novo desenvolvimento, mas apelamos ao público em geral para não entrar em pânico", declarou. Segundo ele, todos os cidadãos de Serra Leoa devem trabalhar juntos para prevenir novas infecções.

Segundo Tarawally, a fonte da infecção e o percurso de transmissão desse caso estão sendo investigados. Ele pediu que toda a população se mantenha vigilante.

Segundo fontes oficiais e da própria OMS, a jovem fora internada num hospital de Magburaka, no norte do país e já próximo da fronteira com Guiné, e morreu na quinta-feira (14), depois de os testes terem confirmado a doença.

A confirmação da morte surgiu horas depois de a OMS ter dado por encerrada a epidemia na África Ocidental. Identificado pela primeira vez há quatro décadas, o vírus afetou 28.637 pessoas e vitimou mortalmente 11.315 delas.

Iniciada em dezembro de 2013 em Guiné, a epidemia propagou-se aos vizinhos Libéria e Serra Leoa, três países que concentraram 99% dos casos. Houve também registros na Nigéria e no Máli.

No comunicado de quinta-feira, a OMS admitiu, porém, que o balanço está subavaliado e advertiu que o risco persiste. Isso porque o vírus permanece em certos líquidos corporais de sobreviventes, inclusive no esperma, onde pode subsistir até nove meses.

Na quarta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, admitiu a possibilidade de o vírus reaparecer nos próximos anos, mesmo que a sua amplitude e frequência devam diminuir com o tempo.

A Libéria foi o primeiro país a ser declarado livre da transmissão de Ebola, em maio de 2015. O anúncio foi feito em 7 de novembro em Serra Leoa e em 29 de dezembro em Guiné.