Intolerância imperialista: Muçulmana é expulsa de comício de Trump

Uma muçulmana foi expulsa de um comício de campanha do empresário Donald Trump, apontado como favorito para indicação do Partido Republicano como candidato à Presidência dos Estados Unidos.

Mulçumana em comicio de Donald Trump

Imagens de televisão gravadas no comício, na Carolina do Sul, mostram a comissária de bordo Rose Hamid, de 56 anos, usando um lenço na cabeça e uma blusa verde que dizia: "Salam. Eu venho em paz".

No momento em que Trump sugeria que os refugiados sírios tinham relações com o grupo terrorista Estado Islâmico ela permaneceu em silêncio. No entanto, os partidários de Trump à sua volta começaram a gritar contra ela.

Cercada por apoiadores do empresário que empunhavam cartazes diante do seu rosto, Rose, ainda em silêncio, foi convidada a sair do local. Em silêncio, ela saiu sob. Steve Thompson, porta-voz da polícia na cidade de Rock Hill (Carolina do Norte), onde o evento aconteceu, afirmou à CNN que a campanha orientou que qualquer pessoa que estivesse causando um distúrbio deveria deixar o local. Segundo Rose Hamid, um dos militantes gritou que ela tinha uma bomba.

"Há [um] ódio contra nós que é inacreditável", disse Trump, de acordo com a CNN, depois de Rose Hamid e vários outros terem sido expulsos do comício. Rose respondeu a Trump afirmando "é o seu ódio, não é nosso ódio".

Segundo Rose, o objetivo não era criar uma confusão, mas mostrar aos apoiadores de Trump quem são os muçulmanos. "Eu imaginei que a maioria dos apoiadores de Trump nunca conheceram um muçulmano, então queria dar a eles a oportunidade", disse.

Ela afirmou que, antes de ser hostilizada, conseguiu conversar com algumas pessoas e que parte delas foi muito simpática.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, condenou a expulsão de Rose Hamid do evento e instou Donald Trump a desculpar-se. "A imagem de uma mulher muçulmana sendo abusada e expulsa de um comício político envia uma mensagem assustadora para os muçulmanos americanos", disse o diretor executivo do conselho, Nihad Awad, em comunicado.

A situação evidencia a campanha de ódio e intolerância promovida como árabes e muçulmanos nos Estados Unidos. Donald Trump, que lidera as pesquisas para a indicação republicana para concorrer à Casa Branca, defende a proibição temporária da entrada de muçulmanos no país.