Sentindo o baque das derrotas, Aloysio Nunes volta espumar seu ódio

As sucessivas derrotas da oposição golpista têm tirado o sossego de alguns deles que, babando e rangendo os dentes, acham que botam medo em alguém. O senador tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP), que no ano passado disse que queria ver a presidenta Dilma Rousseff “sangrar”, resolveu iniciar o ano com outra frase de impacto para as manchetes dos jornais da grande mídia.

Aloysio Nunes - George Gianni/PSDB

Em entrevista ao jornal Globo, quando questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou as manobras golpistas de sua turma, Aloysio afirmou: “Dilma faz o diabo para se aguentar no poder”.

O tucano faz jogo de cena com as palavras para tentar encobrir a violação à Constituição e à democracia que queriam cometer. Com o seu nome na lista dos investigados da Lava Jato e depois retirado para ser investigado como caixa dois, Aloysio mantém o discurso de ódio, demonstra o completo desequilíbrio emocional, mas, principalmente, revela que a vitória da democracia o incomoda.

Ele não esconde que sentiu o baque: “A relativa folga de hoje será o pesadelo de amanhã. De todas as decisões do Supremo, a mais aberrante é a proibição das candidaturas avulsas para a comissão do impeachment. Candidaturas avulsas são frequentes no Congresso. A decisão do STF criou obstáculos procedimentais, mas a questão de fundo permanece: os fatos criminosos, a crise, a sensação de que não temos governo”.

Na entrevista, Aloysio tenta minimizar o fiasco das manifestações convocadas e financiadas por eles pedindo o impeachment. “Pobre governo cuja principal atividade é contabilizar o número de manifestantes e exibir uma falsa alegria quando as manifestações de hoje têm menos gente que as de ontem”, declarou ele, festejando que, apesar do povo não ir às ruas, “a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) se reuniu e por unanimidade os diretores se manifestaram a favor do impeachment”.

Em seguida, não escondeu que pelo menos ele ainda alimenta a esperança do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) ocupar o cargo de Dilma. “A sensação é que, se vier o Michel Temer, pior do que está não vai ficar”, destacou. E acrescentou: “Se nós contribuirmos para o impeachment – e nossos votos estarão lá –, estamos predispostos a assumir responsabilidades no futuro”.

Escancarando que o seu compromisso não é com o país, ele afirma que ainda existe uma chance “de uma explosão do descontentamento popular”. Explorando a estratégia de que quanto pior melhor, Aloysio disse que o “desemprego aumenta, prazo de permanência do seguro-desemprego vai se esgotando, a renda diminuindo, inclusive para os que recebem o Bolsa Família, inadimplência das empresas afetando os bancos, dependência das pessoas que não conseguirão pagar as contas levando-as a perder o que têm”.