Venezuela: oposição desmentida

A Venezuela está entre as nações com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A confirmação surgiu paralelamente à aprovação do Orçamento do Estado para 2016, o qual destina mais de 40 por cento dos fundos para programas sociais e serviços públicos.

Nicolás Maduro - Presidência Venezuela

A avaliação elaborada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que considera variáveis sociais e econômicas, atribui à Venezuela o lugar 71.º no que ao IDH diz respeito. No entanto, se se restringir o universo aos países latino-americanos e caribenhos, então a República Bolivariana surge apenas atrás da Argentina, Chile, Uruguai e Cuba, afirmam as Nações Unidas.

Tal não significa que não subsistam na Venezuela profundas desigualdades econômicas e sociais. Porém, o cenário traçado pela oposição de um país onde cerca de três quartos das famílias estavam em privação material em 2014 – acusação baseada num "estudo" e que, repetida e amplificada, terá tido os seus efeitos nas legislativas do passado dia 6 de dezembro –, é desmentido pelos dados divulgados pela ONU.

Entretanto, enquanto o governo e os principais dirigentes bolivarianos integram um amplo debate com centenas de plenários, destinado a analisar e aprofundar o processo transformador e as razões da derrota eleitoral; ao mesmo tempo que nas prateleiras dos supermercados começam a surgir produtos até agora escassos, mas com prazo de validade ultrapassado (indicando que a sua disponibilização aos consumidores foi propositadamente retida); paralelamente aos apelos de empresários da grande distribuição, e não só, para que o executivo liderado por Nicolás Maduro permita o aumento dos preços de bens e gêneros básicos, a Assembleia Nacional aprovou o Orçamento do Estado para 2016.

Gozando ainda de uma maioria de deputados, o governo de Nicolás Maduro pressupõe que o preço do petróleo se manterá em baixa (em 2015 a Venezuela perdeu 68 por cento das suas receitas externas por esse motivo). Não obstante, destina 42 por cento do total dos fundos à educação, à ciência, tecnologia e investigação, à saúde, à construção de habitações e ao desenvolvimento e requalificação urbana, ao desenvolvimento social e participação cívica, à cultura e à Segurança Social.

No conjunto das receitas que o Estado venezuelano prevê arrecadar em 2016, pouco mais de 22 por cento provêm do petróleo.