Depois da decisão do STF, Cunha diz que vai cumprir as regras

Pouco depois do Supremo Tribunal Federal decidir pela derrubada das manobras que ele tentou impor para o rito do impeachment, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), disse que agora vai cumprir a lei, mas ainda acha que existem pontos que precisam de esclarecimentos.

Eduardo Cunha presidente da Câmara dos Deputados

“É claro que a gente sempre respeita a decisão do Supremo e a gente tá aqui para assistir, entender e vamos obviamente cumprir as decisões. Claro que tem alguns pontos que ainda precisam ser esclarecidos”, disse ele, visivelmente contrariado.

Agora, diante da decisão do STF que derrotou o seu jogo golpista, Cunha disse a regra legal estabelecida pela corte “é importante para que o processo de impeachment tenha um andamento correto”.

Como bravateiro que é, disse ainda que o Supremo mudou o entendimento que tinha com relação ao rito adotado no processo de impeachment do então presidente da República Fernando Collor. No entanto, a divergência apresentada pelos ministros foi justamente apontando que a manobra de Cunha era completamente diferente das medidas adotadas anteriores e, por isso, a Corte deveria intervir para fazer valer o rito homologado pelo STF naquele período.

De acordo com Cunha, o que mais lhe preocupa na decisão tomada do pleno do STF é em relação à impossibilidade de candidaturas avulsas para disputar a comissão que irá analisar o processo de impeachment. “Isso torna inócuos artigos regimentais da casa, tornando inócuas candidaturas avulsas que ocorrem na Casa”, disse. “Eleição pressupõe que tem aprovação. A pergunta que fica no ar é a seguinte, se o plenário rejeitar a chapa única como é que vai ficar? Vai ter comissão? Esse é um ponto que vamos precisar esclarecer. O plenário pode não aceitar a chapa indicada pelos líderes”.

Cunha convocou uma reunião dos líderes partidários para segunda-feira (21) para analisar as decisões e decidir o que “vai ser feito”.

Questionado sobre se se sentia frustrado, Cunha tentou minimizar a derrota: “Não estou frustrado, estou muito tranquilo. O debate foi acalorado. A questão do voto secreto foi decidido com voto de minerva”.