Tucanos não escondem a conspiração golpista e posam para foto

Desde a derrota nas urnas com a vitória da presidenta Dilma Rousseff, em outubro de 2014, os tucanos atuam para tentar impor um golpe contra o mandato legitimado pelo voto. A estratégia inconformista dos tucanos, encabeçada por Fernando Henrique Cardoso, foi a judicialização da política. Nesta quinta-feira (10), a cúpula tucana se reuniu em Brasília para planejar o que eles sonham ser o desfecho do golpe.

Executiva PSDB reunião 10 12 2015 - Agência Brasil

Convocado pelo presidente do PSDB, o candidato derrotado e senador Aécio Neves (PSDB-MG), o encontro reuniu os governadores tucanos Pedro Taques (MS), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), Beto Richa (PR) e Reinaldo Azambuja (MS), os senadores José Serra e Cássio Cunha Lima, além do líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio.

Entre os mais empolgados com a crise estava o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que disse que o processo é “jurídico-político” e reafirmou a tese de “pedaladas fiscais” para tentar justificar o golpe. No entanto, não negou que o que chama de pedaladas foi com “abundância de uso de recursos para uso em programas sociais”.

Aécio, por sua vez, disse que o objetivo da reunião era deixar a “orquestra afinada”. O plano é insuflar as manifestações de rua. O consórcio de oposição golpista espera contar com o apoio da mídia para a convocação de atos dos grupos de direita para apoiar o golpe.

À espera das ruas

FHC também não escondeu os motivos da reunião, que são os mesmos que fazem a oposição tentar postergar o debate do impeachment. Para ele, um presidente só pode ser tirado no meio do mandato se houver “clima político”.

O tucano não esconde que, de fato, vão jogar todas as fichas nessa estratégia. “Se esse clima se formar, há razões [para o processo de impeachment]. Se esse clima não se formar, não há razão que derrube um presidente da República que foi eleito, que teve voto. Não é um processo simples. Parece-me que o clima atual é de que o governo está muito paralisado. E um país como o Brasil, com tantos problemas pela frente, não pode ficar esperando que as coisas se resolvam por si. Precisa que haja ação política”, disse.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, depois de ver despencar sua popularidade por conta das agressões contra estudantes, saiu em defesa do golpe. Disse que “o impeachment está previsto na Constituição Brasileira e a Constituição não é golpista”. A frase solta parece muito republicana, mas os que se opõem ao impeachment não são contrários ao remédio constitucional, mas as justificativas sem fundamentos jurídicos apresentadas pela oposição. 

Enquanto isso

O novo líder do PMDB da Câmara, Leonardo Quintão (MG), aliado do presidente da Casa Eduardo Cunha, também endossou o coro dos tucanos. Disse que é a pressão popular que vai definir o impeachment:

“Certamente, todos os votos do Congresso vão refletir não a posição partidária, mas o eleitor que elegeu o parlamentar aqui. A pressão popular vai definir qualquer votação no plenário da Câmara dos Deputados”, afirmou.