Buarque, Sader e Betti assinam manifesto em defesa da democracia

Artistas e intelectuais lançaram manifesto em defesa da democracia e a favor da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre as personalidades que assinam o manifesto estão Chico Buarque, Emir Sader, Eric Nepomuceno, Frei Betto, Paulo Betti, Fernando Morais, Chico César e Jorge Mattoso.

Intelectuais com Dilma contra Cunha

O manifesto destaca que o país vive um “momento histórico em que a legalidade e as instituições democráticas são testadas, o que exige opinião e atitude firme de todos e todas que têm compromisso com a democracia”.

Ressalta ainda a polarização política gerada desde 2014 com o inconformismo da oposição com o resultado das urnas que elegeu a presidenta Dilma Rousseff. “Essa situação ganhou novos ingredientes a partir da eleição de Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara dos Deputados e, de forma especial, após este ser denunciado pelo Ministério Público Federal por seu envolvimento em atos de corrupção, possuindo contas bancárias no exterior e ocultando patrimônio pessoal”, destaca.

O texto afirma ainda que as denúncias de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras deixaram Cunha acuado, “enfrentando manifestações em todo Brasil contra a agenda conservadora e retrógrada do ponto de vista de direitos que lidera”.

Para os intelectuais, Cunha “não tem mais nenhuma legitimidade para presidir a Câmara” e, por isso, “decidiu enfrentar o Estado Democrático de Direito”.

“A aceitação de um pedido de impedimento da presidenta da República no momento em que avança o processo de cassação do deputado é uma atitude revanchista que atenta contra a legalidade e desvia o foco das atenções e das investigações”, afirma o documento.

E completa: “Neste sentido, viemos a público repudiar a tentativa de golpe imposta por Eduardo Cunha, por não haver elementos que fundamentem esta atitude, a não ser pelo desespero de quem não consegue explicar o seu comprovado envolvimento com esquemas espúrios de corrupção. Não se trata neste momento de aprovar ou reprovar a administração nem a forma como a presidenta da República governa, mas defender a legalidade e a legitimidade das instituições do nosso país”.

E finaliza: “Não aceitamos rompimento democrático! Não aceitamos o golpe! Não aceitamos Cunha na Presidência da Câmara dos Deputados!”