Cunha aceita pedido de impeachment e ameaça democracia

Ameaçado de ter seu mandato cassado, o residente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu o principal pedido de impeachment protocolado na Câmara por partidos da oposição contra a presidente Dilma Rousseff (PT), sobre quem não pesa nenhuma acusação de crime cometido. Sem base legal, como atestam vários juristas, o pedido de afastamento abre a porta para o golpismo e ameaça 30 anos de construção democrática.

Cunha informou que deu andamento ao requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior e pela advogada Janaína Paschoal, que inclui as chamadas “pedaladas fiscais” do governo em 2015, ano que sequer terminou.

"Quanto ao pedido mais comentado por vocês proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele traz a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente mesmo a votação do PLN 5 não supre a irregularidade", disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara.

A decisão ocorreu no mesmo dia em que a bancada do PT na Câmara anunciou que vai votar pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética.

Cunha também anunciou que autorizou a criação da comissão especial que irá analisar o processo de impeachment de Dilma.