22ª Conferência do PCdoB-CE: Patinhas reforça importância dos CM

O domingo (29/11), segundo dia da 22ª Conferência Estadual do PCdoB-CE, foi marcado por debates, balanço das atividades do atual Comitê Estadual e ainda pela intervenção de Carlos Augusto Diógenes, Secretário Nacional de Quadros do PCdoB, que reforçou a importância dos Comitês Municipais para o fortalecimento do Partido.

22ª Conferência do PCdoB-CE: Partinhas reforça importância dos CM

As atividades foram iniciadas com a leitura do documento que apresenta o balanço das atividades do atual Comitê Estadual, com o detalhamento de cada Secretaria, com realizações e desafios para o próximo biênio.

“Precisamos nos enraizar ainda mais no meio do povo”

O debate foi enriquecido com a intervenção de Carlos Augusto Diógenes, ex-presidente estadual do PCdoB-CE e atual Secretário Nacional de Quadros do Partido. Segundo Patinhas, a “afirmação da identidade do PCdoB passa pelo reforço do protagonismo dos comunistas nos municípios e que este protagonismo está ligado à ação concreta nas bases partidárias”.

O dirigente comunista destaca a necessidade de confirmar a marca do PCdoB. “Nosso Partido luta pela construção de uma nova sociedade, pelo Socialismo. E esta identidade se materializa numa história quase centenária, inclusive com a participação de centenas de mártires. Apesar de vivermos um momento de descrédito dos partidos políticos, o PCdoB se destaca por ter história, proposta e objetivo”, ratifica.

Patinhas relembra que, desde o fim Ditadura, o PCdoB vive rico período na legalidade, “com avanços democráticos no país”. “Nestes últimos 30 anos, buscamos elaborar uma teoria para esta nova fase, com o objetivo de falar para o povo, mostrar nossa cara e nossa identidade”.

O comunista considera que os militantes precisam estar sempre atentos aos estudos, principalmente nos “três documentos estruturantes, que precisamos ler e aprofundar os debates: o Programa Socialista, o Estatuto Partidário, e o Documento da Política de Quadros”, enumera.

Desde 2003, com o início do ciclo de governos de Lula e Dilma, Patinhas destaca o papel do PCdoB, assumindo várias tarefas, inclusive Ministérios. “Em 2015, temos vivenciado a intensificação da luta de classes. E é neste momento que o PCdoB se agiganta e ganha ainda mais respeitabilidade, assumindo o protagonismo na luta contra a direita e em defesa da democracia”.

Apesar deste papel destacado, o comunista considera que é necessário que o Partido cresça ainda mais e reforce sua identidade. “Para crescer, precisamos ganhar mais lideranças nas diversas frentes de atuação, quer seja na frente política, institucional, nos movimentos sociais ou na luta de ideias”, defende.

Para Patinhas, uma ferramenta fundamental para a afirmação da identidade do PCdoB está no reforço dos Comitês Municipais. “Precisamos dinamizá-los, pois os Comitês Municipais estão ligados concretamente ao povo e é onde está o desafio de estarmos cada vez mais enraizados”.

O Secretário Nacional de Quadros lança o desafio para as novas direções do Partido, eleitas durante o processo de Conferências em todo o país: impulsionar as lutas locais de cada município, forjando novas lideranças, projetando cada vez mais o Partido no município, na região e no Estado. “Apesar do tensionamento político, realizamos duas mil conferências municipais, reunimos em torno de dois mil dirigentes municipais e 20 mil quadros, um verdadeiro tesouro do PCdoB, pessoas ligadas ao povo, aliados às bandeiras das cidades”.

Patinhas reforça que o PCdoB deve ter cada vez mais ligação com as bases. “Precisamos nos enraizar ainda mais no meio do povo”. “Cabe a nós, ao novo Comitê Estadual, sairmos daqui imbuídos do propósito de comandar o processo de revigoramento dos Comitês Municipais, transformando-os em organismos vivos, com uma agenda de atividades inserida nos movimentos sociais e nas lutas concretas do povo em cada município. Precisamos assumir as bandeiras locais porque elas são a tradução do nosso Projeto Nacional de Desenvolvimento em cada município”. O dirigente citou como exemplo de organismo vivo do Partido no clamor da sociedade, a base de Messejana, que assumiu as manifestações pela paz após a chacina que vitimou 11 jovens na madrugada do dia 12 de novembro, em Fortaleza.

“Se abraçarmos o fortalecimento do PCdoB, via Comitês Municipais, este processo dará ainda mais substância ao nosso projeto para 2016, nos aliando ao sentimento do povo, intensificando novas filiações, aumentando nossas bancadas. Iremos enfrentar uma grande batalha ainda mais na frente, em 2018, quando iremos escolher o caminho que seguirá o Brasil: se do avanço ou do retrocesso”, projeta.

O Secretário Nacional de Quadros considera que os Comitês Municipais devem ir além das atividades partidárias. “No Ceará, os 131 Comitês Municipais onde o PCdoB está organizado devem se transformar em 131 escolas, de formação, de quadros, com a visão de aglutinar lideranças convictas do papel do Partido, focando no coletivo, no Partido que respeita seus quadros, inserido na luta concreta do povo”.

O comunista destacou, por fim, que “para avançar num novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que coloque o Brasil na perspectiva de uma grande nação, necessitamos de um Partido Comunista cada vez mais forte e estruturado e este processo passa pelo fortalecimento de Comitês Municipais atuantes, junto com o povo”.

E as perspectivas do dirigente vão além. “As novas direções eleitas após este rico processo de Conferências, em todo o país, têm mais um desafio: consolidar as ações política nas bases, projetando para 2022, ano em que comemoraremos o centenário o Partido, para garantirmos um cenário mais promissor para a real transformação social”.

Intervenções

Ainda pela manhã foi apresentada a proposta dos membros que serão votados para compor o novo Comitê Estadual. Segundo a nominata, 33% dos nomes apresentados é formado por mulheres e os candidatos são a maioria de jovens, sendo composto por 5% entre 20 e 30 anos, 27% entre 31 e 40 anos, 21% entre 41 e 50 anos , 33% entre 51 e 60 anos e 14% tendo mais de 60 anos.

Os debates dominaram a manhã, com intervenções de militantes e delegados (as) de todas as regiões do Estado, abordando questões nacionais, locais e partidárias. Também se apresentaram o rapper Snow WM, que, através do Hip Hop, manifestou sua arte das palavras em memória das vítimas da chacina do Curió.

A comitiva de índios de Monsenhor Tabosa também se manifestou cobrando demandas relativas ao povo indígena, lendo cartas e apresentando bandeiras. Ao final, convidando mais lideranças comunistas, eles apresentaram o Toré, dança típica.

De Fortaleza,
Carolina Campos