Lançada Frente Brasil Popular de Campinas e região

O auditório do Sindicato dos Bancários ficou lotado na noite de terça-feira (24/11) durante o seminário de lançamento da Frente Brasil Popular, de Campinas e região. O evento, em defesa da democracia e da Petrobras, reuniu lideranças sindicais, populares e políticas – como os vereadores Gustavo Petta (PCdoB) e Pedro Tourinho (PT).

O tema do seminário foi A Crise Internacional do Capitalismo: desafios e perspectivas para o Brasil. Para promover o debate foram convidados o ex-presidente Nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e o economista Luiz Gonzaga Beluzzo. Este último, porém, teve um problema de saúde e foi substituído pelo também economista, Márcio Pochmann.

Renato destacou que a grande questão que se coloca, atualmente, é a busca por alternativas econômicas pela esquerda, já que o capitalismo não conseguiu encontrar uma saída após oito anos de crise. Para ele, o motivo para essa crise sem fim é que a oligarquia financeira mundial joga o ônus para os trabalhadores e os estados, embora seja ela a responsável pelo problema. Renato afirma que somente “uma economia nacional conduzida por um estado soberano pode se contrapor a esse processo e permitir a emancipação social de seu povo”. Ele aponta que a forma de se contrapor aos interesses hegemônicos dos impérios e suas oligarquias é a que o Brasil adotou nos últimos anos – de integração solidária e soberana com as outras nações do nosso continente.

Márcio Pochmann destacou a existência de uma crise política nos EUA, fruto tanto de questões internas quanto de dificuldades na condução das políticas externas. Esses problemas afetaram a economia e levaram à queda na produção e nos investimentos prolongando a crise. Já com relação ao Brasil, o economista considera que estamos vivenciando o encerramento de um ciclo iniciado com o fim da ditadura. “O país não fez as reformas necessárias para rompermos com o modelo herdado de Golbery; saímos do bipartidarismo e entramos num modelo com partidos fisiológicos, um sistema político viciado que não representa a sociedade brasileira; mas o Brasil é um país em construção, diferente da Europa e dos EUA, nós ainda temos muito a avançar”, afirma Pochmann.

De Campinas,
Agildo Nogueira Junior